Dizendo não
Fantoches combatem drogas e fazem crianças felizes
Publicado
emVinícius Brandão
Na peça Aprendendo a dizer não, o par de fantoches conversa com o ator no palco. Ela se apresenta como Joaninha, ele se recusa a dizer como se chama, porque não deve falar com estranhos. Depois que o desconhecido se identifica como trabalhador do governo em ações de prevenção do uso de drogas, o boneco diz que o nome começa com “ed” e termina com “mundo”. As mais de cem crianças da Escola Classe 11 de Sobradinho, juntas, gritam “Edmundo”.
Dessa forma divertida, seis servidores da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal ensinam para crianças de até 10 anos que elas não devem usar drogas, nem mesmo as lícitas, como bebidas alcoólicas e cigarro; que alguns produtos químicos encontrados em casa, como tíner e acetona, são perigosos; e que elas não devem falar com estranhos.
Além do teatro para as crianças de 4 a 10 anos, a equipe faz uma palestra para os alunos a partir dos 11 anos. Não há limite de idade máxima, porque a equipe também atende pais e professores. “Principalmente na questão de comportamento, quando os filhos e alunos já estão usando drogas. Às vezes, os adultos acham que o menor pode estar com outro problema, como uma doença”, diz a diretora do grupo, Rosilene Vieira.
Psicólogos e pedagogos da secretaria criaram os conteúdos da peça e da palestra. As crianças recebem uma abordagem mais lúdica. “Para os adolescentes, falamos de forma mais direta, objetiva e clara. Até porque o traficante não terá meias palavras quando for abordá-los”, relata o subsecretário de Políticas para a Justiça, Cidadania e Prevenção ao Uso de Drogas, Hugo Sousa Lima.
Por estar em fase de desenvolvimento, o projeto ainda não tem nome, mas faz parte do Plano Distrital de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, da Secretaria de Justiça e Cidadania. Há planos para criar uma mascote para a peça e fazer uma palestra diferenciada para os professores que precisam lidar com alunos violentos.
Até o momento, não houve gastos extras da secretaria com o projeto. Os servidores já trabalhavam com ações de prevenção para crianças e adolescentes. O material usado nas visitas é produzido por eles.
A equipe é formada por servidores da Diretoria de Prevenção de Drogas. Às terças e quintas-feiras, eles atendem apenas escolas. Para cada turno do dia, são feitas de três a quatro interações com os menores. Podem ser um ou dois centros de ensino por dia, somando até quatro colégios por semana.
Nos outros dias, o grupo atende demandas de outros locais. Em uma semana, elas podem chegar a 30, que vêm de comunidades, igrejas, unidades de internação e do Complexo Penitenciário da Papuda. As apresentações podem ocorrer inclusive no sábado e no domingo. Os números de telefone para fazer o pedido são (61) 2104-1836 e (61) 2104-1827.
Desde o início, há cerca de seis meses, até a terça-feira (25), a iniciativa da Diretoria de Prevenção de Drogas atendeu 15.964 crianças e adolescentes. Mais de 18 mil cartilhas foram distribuídas para os menores, os pais e os professores.
Agência Brasília