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Farra das concessões de rádios atendeu políticos e jornalistas na troca de favores

José Escarlate

No governo do general João Baptista Figueiredo (1978 a 1985), foram distribuídas 634 concessões de rádios e televisões. Dai para a frente, já no governo Sarney (1985-90), houve recorde de 958 concessões distribuídas.

Muitos políticos construíram patrimônios de radiodifusão naquele período, a maior parte em nome de “laranjas”. Com o advento da Constituinte, a partir de 1987, Sarney e ACM, que era o ministro da Comunicações, viram nas concessões uma forma de agradar seu grupo político.

Era a troca de favores. Nos três primeiros anos de governo, Sarney autorizou 1.028 outorgas. Do total, 25% delas em setembro, que antecedeu a promulgação da Constituição. O Diário Oficial da União do dia 29/9/88.

Uma semana antes, 59 foram outorgadas, assinadas na noite anterior. Como sempre, parlamentares foram os principais beneficiados, direta ou indiretamente, através de familiares ou sócios. Uns, em troca de apoio político, outros a favor da extensão do mandato do presidente para cinco anos.

Muitos jornalistas e colunistas, principalmente aqueles reconhecidamente amestrados, também foram aquinhoados, passando depois as rádios no cobre.

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