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Fé em Deus, fé no general e na segurança da urna eletrônica

Com o diz o grande poeta baiano Gilberto Passos Gil Moreira, a fé não costuma falhar. Pois é nela que temos de acreditar. Ter fé implica uma atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança. A conclusão é simples: viver de fé é confiar totalmente no Ser Supremo, não importando as situações, as aflições e tribulações. O espírito natalino deve prevalecer sobre a preocupação, principalmente sobre o medo em relação ao futuro do comando administrativo da Justiça Eleitoral. A partir de fevereiro, já sob a presidência do ministro Edson Fachin, o general Fernando Azevedo e Silva assume a direção geral do Tribunal Superior Eleitoral. O cargo garante ao militar patenteado todas as responsabilidades gerenciais da Corte e, por extensão, das eleições de 2022.

Será dele, por exemplo, o segundo e terceiro discursos em defesa da inviolabilidade da urna eletrônica. Considerando que o homi foi ministro da Defesa do governo do capitão que virou mito e agora vive uma entressafra de votos, tudo indica que a tarefa deverá ser descomplicada pelo conhecimento das entranhas do Executivo federal, onde ele detinha a regência e as rédeas políticas da (indi) gestão bolsonarista. Em outras palavras, sabe porque, como e quem supervisionava os infundados e até criminosos ataques contra o sistemas eletrônico de votação, o mesmo que vem elegendo há décadas ou elegeu em 2018 seus detratores.

Independentemente de seu posicionamento pregresso, certamente o general monitorou e, portanto, conhece as razões das queixas fraudulentas a respeito da maquininha de votar. Como o mundo dá voltas, o feitiço acaba virando contra o feiticeiro. Isso ocorre quando uma pessoa ou grupos variados articulam uma maldade para outra e, antes de qualquer efeito prático, cai naquilo que armou. Pois foi exatamente isso que aconteceu com a turma que inspirou, propôs, bancou, apresentou e defendeu a leviana e fraudulenta história sobre possibilidades de violar a urna eletrônica. Reitero o que disse numerosas vezes neste mesmo espaço. É verdade que até os equipamentos das Nasa são violáveis.

Com a urna, hoje muito bem cuidada pelo meu amigo Zé, o ninja sobrevivente, isso não ocorrerá jamais. E sabem por quê? Porque ela não está ligada a rede alguma. Simples assim. Votando ao general Fernando, um velho amigo das batalhas eleitorais está bastante reticente. Ele teme a rigidez do comportamento militar em um tribunal absolutamente civil. “Eles e seus staffs estão acostumados com ordem unida, chamada de presença e horários de entrada e saída. Também são programados para combate. Só veem inimigos à frente”. Tudo isso é verdade. No entanto, acho que é justamente disso que vai precisar o ministro Alexandre de Moraes – que sucederá Fachin ante do pleito -, hoje o principal desafeto do presidente da República nos meandros do Poder Judiciário. Azevedo pode ser o contraponto de ideias entre o que funciona e o que não sai do lugar.

Entendo a preocupação de quem dedicou parte boa da vida à Justiça Eleitoral. Todavia, o conhecimento dos inimigos pode facilitar a vida de Moraes, que assume a presidência do TSE em agosto próximo. Ou seja, será dele o comando supremo da sucessão de Jair Messias. É claro que tudo pode acontecer no templo eleitoral, inclusive nada. A verdade é que ainda é cedo para afirmar se Fernando Azevedo funcionará ou não como antídoto ao golpismo e às inverdades do presidente em fim de mandato sobre as eleições. O que não se pode negar é a experiência de Alexandre de Moraes no embate diário com Jair. Caneta de lá, caneta de cá, convém esperar para saber quem terá mais tinta. Com a palavra meu amigo Zé, que está no front e dele não arredará pé. Dá-lhe Zé.

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