A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira a Operação Trevo, que tem como finalidade desbaratar uma quadrilha que agia em 13 Estados e explorava desde o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis até a emissão de bilhetes de loteria, disfarçados como títulos de capitalização.
Segundo a PF, a movimentação financeira do grupo está na casa dos bilhões e o grupo atuava apropriando-se dos valores que deveriam ser destinados a instituições beneficentes ou revertidos em capitalização.
Cerca de 300 policiais participam das investigações, que são sendo executadas, simultaneamente em Pernambuco, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espirito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande de Sul.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha operava por meio de loterias estaduais, cujos valores arrecadados eram repassados a entidades filantrópicas de fachada, fazendo com que o dinheiro ilícito retornasse ao grupo, em procedimento suspeito, com fortes indícios de lavagem de dinheiro. Outro segmento do grupo, com sede em São Paulo, era responsável pelo fornecimento de máquinas eletrônicas programáveis (caça-níqueis), tanto para Pernambuco como para outros estados e até para o exterior.
Outro ramo, ainda, figurava como instituição financeira seguradora de incontáveis bancas de jogo do bicho no nordeste, garantindo o pagamento dos prêmios e promovendo lavagem de dinheiro.
Os investigados podem responder pela prática do crime de contrabando, crime contra o Sistema Financeiro Nacional, jogo de azar e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas ultrapassam o limite de trinta anos.