A Polícia Federal começou a investigar a vida do advogado Matheus Sathler Garcia, que tem postado vídeos na internet pregando a queda da presidente Dilma Ropusseff. Ele chega a fazer ameaças, dizendo que se não houver renúncia até o dia 7 de setembro, a cabeça da presidente será exposta em um poste na Praça dos Três Poderes.
As investigações foram determinadas pelo ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Sathler mora em Brasília. Em 2014 ele disputou uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PSDB, mas não foi eleito.
No vídeo ele afirma que, caso a presidenta Dilma não saia do Brasil até a véspera do dia 7 de setembro, “sangue vai rolar”, e prossegue dizendo que “com a foice e o com o martelo nós vamos arrancar sua cabeça, pregar e fazer um memorial pra você”.
Cardozo quer que o advogado seja ouvido para que reafirme diante da autoridade policial as ameaças feitas à presidente. “Ele terá uma oportunidade para reafirmar as ameaças e esclarecer o teor de sua manifestação”. Recentemente, em caso idêntico, um americano foi detido após ameaçar de morte o presidente Barack Obama. Nos Estados Unidos, ameaças dirigidas ao presidente são punidas com até 10 anos de prisão.
De acordo com o Código Penal cabe exclusivamente ao ministro da Justiça proceder quando crimes contra a honra forem dirigidos à presidente da República.
Além das ameaças, o advogado prega mecanismos violentos de rompimento da ordem constitucional. “O Código prevê ainda que o advogado ‘deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos’ (artigo 3º).
Em busca de notoriedade, o advogado – que se diz cristão e costuma falar em Deus nas postagens que publica na web – propôs durante a campanha de 2014 a criação do “kit macho” e do “kit fêmea”, que seriam cartilhas a serem distribuídas nas escolas com o objetivo de “ensinar homem a gostar de mulher e mulher a gostar de homem”.
Ricardo Coimbra