A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira, 23, dois policiais lotados na Casa Militar e que trabalham na segurança da governadora de Roraima Suely Campos (PP). Os policiais militares são suspeitos de articular a fuga do ex-governador do Estado Neudo Campos, marido de Suely, da capital Boa Vista, para a Venezuela. O ex-governador é considerado foragido da Justiça Federal e procurado pela Interpol.
Os suspeitos, conforme as investigações, estariam atuando como “batedores” na fuga do ex-governador. Eles foram presos em flagrante por favorecimento pessoal e associação criminosa. Os policiais foram presos na BR-174, estrada que liga Boa Vista, capital de Roraima à Venezuela. Com eles, a PF apreendeu celulares, armas e rádio pertencentes ao Estado. Os suspeitos foram levados para o quartel da Polícia Militar. O inquérito será concluído em 15 dias.
O delegado Alan Robson, chefe da equipe responsável pela captura, diz que as buscas continuam e que estão cada vez mais próximos de prendê-lo.
“Neste caso o uso da máquina estatal é o que nos preocupa. A dupla trabalhava com objetivo de remover o ex-governador de Boa Vista para a Venezuela. Usavam armas e rádio da corporação policial, com uso do aparato estatal para proteção de um criminoso procurado pela Justiça”, disse o delegado.
Por enquanto, as investigações da Polícia Federal indicam que Neudo Campos continua em Roraima e que pode ser preso a qualquer momento.
As residências do ex-governador situadas nos municípios de Pacaraima (fronteira com a Venezuela), e Amajari, onde Neudo tem uma fazenda, além da residência da governadora na capital Boa Vista seguem acompanhadas por agentes federais. “Todos que participaram dessa fuga e da ocultação da fuga do ex-governador serão presos e indiciados em inquérito policial. Ele tem usado de parte do braço estatal para fugir a aplicação da lei”.
Além de Neudo Campos, a médica Suzete Macedo, esposa do senador Telmário Mota (PDT), também está foragida.
O ex-governador foi condenado por peculato pelo seu envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas, conhecido como “escândalo dos gafanhotos”, que consistia no cadastramento de funcionários “fantasmas” na folha de pagamento do Estado. A defesa do ex-governador não foi localizada.