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Grand Slam

Federer admite estresse e sorte em vitória na Austrália

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Bartô Granja, Edição

Roger Federer se tornou campeão de um Grand Slam pela 20ª vez neste domingo. Mas nem o número recorde de títulos e nem as 30 finais de torneios deste nível anularam o nervosismo do experiente tenista. Após faturar o troféu do Aberto da Austrália, o atleta de 36 anos admitiu ter sentido nervosismo em quadra ao longo da partida e disse que teve “sorte” contra o croata Marin Cilic.

“No final do segundo set, eu fiquei nervoso e foi por isso que perdi aquele set e não pude controlar a partida”, analisou o suíço, ao fim da batalha de 3h03min contra Cilic. “O jogo ficou apertado e Marin soltou um pouco [o ritmo] no terceiro e no quinto sets. Eu tive sorte nesta noite.”

A final deste domingo começou com facilidade para Federer, que chegou a fazer 4/0 no set inicial. Na segunda parcial, ele teve chances de vencer com certa tranquilidade, mas desperdiçou oportunidades. No entanto, soube aproveitar as oscilações do rival para levar a melhor no terceiro e no quinto sets, fechando a partida com parciais de 6/2, 6/7 (5/7), 6/3, 3/6 e 6/1.

Ao fim da batalha, Federer revelou que enfrentou o nervosismo desde o começo do dia. “Todos os meus pensamentos estavam nesta final desde que acordei. Ficava pensando: E se eu perder? E se eu ganhar? Isso a cada minuto do dia. Graças a Deus eu acordei às 11 horas”, brincou.

Ele também revelou alívio pela conquista do 20º título de Grand Slam, sendo o 6º na Austrália, após a pressão de entrar na competição como principal favorito, ao contrário do que aconteceu no ano passado, quando era considerado azarão. Por isso, comparou o troféu deste domingo ao de 2006. Na época, também era o grande candidato ao título.

“A final deste ano me lembrou a de 2006, contra o Marcos Baghdatis. Tive uma grande sequência de jogos até a decisão e era o maior favorito. Fiquei tão aliviado quanto tudo acabou. Senti o mesmo nesta noite. Foi por isso que não consegui falar, foi terrível”, disse o suíço, campeão em Melbourne também em 2004, 2007, 2010 e no ano passado.

O alívio do tenista pôde ser percebido na comemoração. Muito emocionado, ficou até sem palavras diante do microfone e do público. “Estou tão feliz, é inacreditável. Estou feliz por ter terminado [o campeonato]. Mas vencer aqui foi como um sonho. O conto de fadas continua para mim, depois de um grande ano, como foi em 2017, é incrível”, afirmou, referindo-se ao seu ressurgimento no circuito no ano passado.

Com 20 títulos de Grand Slam, Federer alcançou uma improvável marca de ter vencido nada menos que 10% de todos os torneios deste nível disputados na Era Aberta do tênis (a partir de 1968) Foi ainda o seu 96º troféu na carreira – só está atrás dos 109 do norte-americano Jimmy Connors.

Tornou-se ainda o terceiro tenista da Era Aberta a vencer quatro ou mais torneios de Grand Slam após completar 30 anos. Os outros são os australianos Rod Laver e Ken Rosewall.

No total, o atual número dois do mundo ampliou o recorde de troféus de Grand Slam no masculino, de 19 para 20. Somente três mulheres superam esta incrível marca: a australiana Margaret Court (24), a norte-americana Serena Williams (23) e a alemã Steffi Graf (22). De quebra, Federer aumentou a vantagem sobre o rival Rafael Nadal, que tem 16.

RANKING – O suíço pode superar o espanhol no ranking nas próximas semanas. Ao defender a pontuação obtida com o título do ano passado, Federer ficou a apenas 155 pontos do atual número 1 do mundo. E, como Nadal se recupera de problemas físicos e pode ficar fora da competições neste mês, Federer poderá assumir a ponta no começo de março.

O tenista da Basileia não ocupa a liderança do ranking desde 4 de novembro de 2012. Ele já é o recordista de semanas na primeira colocação, com 302.

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