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“Labirinto”

Fernando Trocado lança seu primeiro álbum autoral

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Autor/Imagem:
Malu Oliveira, Edição/Via Cezanne Assessoria - Foto Divulgação

Já faz um bom tempo que o saxofonista, flautista, regente e compositor Fernando Trocado vem desenvolvendo sua carreira como instrumentista, seja em performances e gravações com artistas (Bibi Ferreira, Celso Fonseca, Roberta Sá) ou ao lado de nomes relevantes da música instrumental (Tomás Improta, Alexandre Carvalho, Ronaldo Diamante, Marcos Amorim, Claudio Dauelsberg, Pascoal Meirelles). Isso sem contar com sua intensa participação em grupos e orquestras eruditos e populares, como Gaia Wilmer Big Band, Baixada Jazz Big Band, Orquestra de Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Pé do Ouvido, dentre outros.

Tendo iniciado no saxofone aos 15 anos de idade e se formado em Música – Regência e Flauta, ambos pela UFRJ – o músico comemora agora sua longa caminhada lançando seu primeiro álbum autoral. “Labirinto” chega às plataformas digitais no dia 25 de agosto, sexta-feira, e festejado com diversos shows de lançamentos no Rio e em Niterói: em agosto, nos dias 23 (Hotel Vila Galé, Centro) e 26 (Estúdio Onze, Niterói); em setembro, nos dias 27 (Audio Rebel, Botafogo) e 28 (Centro da Música Carioca, Tijuca).

Reunindo 11 faixas instrumentais e autorais – com exceção de “Resposta ao tempo”, de Cristovão Bastos e Aldir Blanc – “Labirinto” foi gravado por um quarteto de altíssimo nível. A Fernando Trocado, juntaram-se Natan Gomes, jovem pianista carioca de 28 anos que já se apresentou com nomes consagrados no panorama instrumental brasileiro (Nivaldo Ornellas, Ney Conceição, Maurício Einhorn, etc); o baixista Tony Botelho, deformação clássica e popular, que iniciou sua carreira na década de 70 tocando com nomes como Johnny Alf, Lúcio Alves, Tomás Improta, Raul Mascarenhas e Mauro Senise; e o baterista Mac Willian Caetano, que já tocou com Adriana Calcanhoto, Ana Carolina, Banda Black Rio, Cassia Eller, Banda Vitória Regia, Jorge Benjor, Letieres Leite e muitos outros.

As composições de Fernando Trocado que integram o disco são de períodos diversos, mas a maioria é relativamente recente. “O isolamento devido à pandemia foi decisivo para o perfil do álbum e influenciou, inclusive, na escolha do título”, comenta. A faixa de abertura “Simplicidade” é uma bossa nova precedida de uma breve introdução com um toque mais erudito. Em seguida, “Levitando” faz uma saudosa despedida e homenagem ao seu pai, Jorge.

Aproximando-se de um choro-canção, “Futuro do pretérito”reverbera uma visão utópica do que a vida em sociedade poderia ser. Já a faixa-título “Labirinto” é um funk-jazz, um tanto dissonante e misterioso, com muitos espaços para improvisos e diálogos. Trocado recupera suas influências e recordações do início de sua carreira em “Petite Gafieira”, relembrando a época em que tocava em bailes na Estudantina (RJ), e também remete a dois de seus professores, ambos fundamentais, Paulo Moura e Idriss Boudrioua.

“Puskás e Pelé” mescla o uso de uma escala menor húngara a uma bossa lenta. Por seguinte, “Os atomistas” é um jazz, com uma seção B muito modulante e sugerindo uma mudança de compasso quaternário para ternário. “É uma homenagem à razão, à filosofia e ao pensamento científico, embora meus conhecimentos nessas áreas sejam rudimentares”, admite com irreverência. A sensibilidade salta à flor da pele em“Resposta ao tempo”:“é uma linda canção de Cristovão Bastos e Aldir Blanc, muito sensível, que sempre me impressionou, adorei incluí-la no repertório”. O ijexá “As crianças”, gravado com Trocado no sax soprano, é do tempo em que buscava seus filhos, agora adultos, na creche. A balada “Os apaixonados e o multiverso” faz ode ao amor, dedicada também a sua esposa, Mônica. Encerrando o disco e com um solo de saxofone na introdução, “Esperança” é uma espécie de habanera.“Acho que tem um pouco do jeitão das composições do João Donato”, admite.

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