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Festa das Yabás celebra cultura de terreiro

Tem festa neste sábado, 18, pra homenagear as Yabás. A celebração conta com uma programação cultural abundante, diversificada e aberta ao público. Será a partir das 8h, na Praça dos Orixás, onde os brasilienses poderão curtir, gratuitamente, shows, feiras e oficinas: apresentações de Teresa Lopes, Orquestra Alada Trovão da Mata, Bando Matilha; Roda de Samba, Rodas das Nações Ketu, Jeje, Nagô, Angola, Umbanda e Tereco; Oferendas para Preservação Ambiental; Feira Gastronômica; Feira de Artesanato Afro e Espaço Erê com oficinas culturais infantis.

Homenagens
A Festa das Yabás destina-se a promover honrarias ao feminino nas culturas tradicionais de terreiro. Nesta oportunidade, a iniciativa homenageia a seis orixás — Iansã, a deusa dos raios, das chuvas e das tempestades; Oxum, a dona das águas doces; Nanã, senhora das águas paradas e do barro; Ewá, guerreira e valente caçadora das matas; Obá, representante das águas revoltas dos rios e Iemanjá, rainha dos mares.

Além de homenagear essas entidades femininas e enaltecer a importância da mulher, a proposta visa movimentar o cenário dessas tradições ancestrais, oriundas da diáspora africana, apresentando saberes e fazeres que bebem dessa fonte. Trata-se de espaço de convergência da identidade cultural brasileira, cuja importância já foi reconhecida pelo título de Patrimônio Imaterial do Distrito Federal.

Meio ambiente
Entre as diversas ações propostas pela iniciativa, a preservação do meio ambiente ganha enfoque pela óbvia necessidade de atenção que o tema requer, mas também pela forte conexão dessas ancestralidades com a natureza. Desse modo, para manter as práticas tradicionais, mas contribuir com esse cuidado essencial, a matéria-prima utilizada na confecção das oferendas lançadas ao Lago Paranoá serão totalmente biodegradáveis.

Praça dos Orixás
O evento também faz parte do calendário anual de ocupação da Praça dos Orixás. Há razões relativas à simbologia ancestral, mas também de cunho político-social para que a festa aconteça naquele local. A praça é um ponto cultural que, ainda hoje, sofre com atos depredatórios de racismo e de discriminação religiosa. Daí, a importância de promovê-lo, bem como de trabalhar em sua preservação e restauração. Desde o último ataque, por exemplo, a imagem de Ogum ainda não foi reconstruída.

Stéffanie Oliveira, presidente da Rosa dos Ventos, relata suas expectativas e alerta para a importância do evento diante desse cenário: “trabalhamos para conceber uma celebração digna da grandeza do feminino, de toda suas representações, da mulher preta brasileira, das mulheres de santo, das mestras, das aprendizes, das brincantes, enfim de todas nós. Esperamos, portanto, no mínimo, um festejo magnífico, pois não merecemos nada menos que isso. Assim, trazer, mais uma vez, esse encontro para a Praça dos Orixás representa uma troca: a praça nos empresta sua imperiosa importância simbólica e nós devolvemos cuidado, honrarias e preservação”.

Igualmente animada com as celebrações, Mãe Rubia de Oxum, yakekere do Ilê Axé Oyá Bagan, revela sua alegria diante da riqueza do projeto: “fico feliz em participar dessa festa maravilhosa, com uma programação composta por tantas personalidades representantes de nossa cultura, nossas tradições, nossas raízes e nosso poder. É um evento realmente poderoso, pleno de axé e energia feminina transformadora. Então, é de extrema importância a ocupação da Praça do Orixás por nós, povo do axé, porque, assim, ajudamos a combater a intolerância religiosa e preservar esse patrimônio”.

Este projeto é realizado pelo Instituto Rosa dos Ventos e conta com o apoio da Fundação Palmares.

Programação:18/12 – Praça dos Orixás
8h – Roda Jeje;
8h30 – Roda Nagô;
9h – Roda Ketu;
9h30 – Roda Umbanda;
10h – Roda Angola;
11h – Cortejo das Yabás;
13h – Roda com Samba da Comunidade;
14h30 – Roda de Capoeira;
16h30 – Roda de Samba com Teresa Lopes;
18h – Dança do Fogo com Bando Matilha;
18h30 – Orquestra Alada Trovão da Mata.

Feiras:
8h às 19h – Feira de Artesanato Afro;
A partir das 12h – Feira Gastronômica.

Espaço Erê:
10h – Oficina Curumim;
11h – Oficina Bê-a-Bá do Berimbau;
16h30 – Oficina Casa de Fita.

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