Layla Andrade
Um presente de grego de Tadeu Filippelli, presidente regional do PMDB, para o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), no dia do aniversário de Brasília: se o impeachment de Dilma vingar, e Temer assumir o Planalto, o Palácio do Buriti vai comer nas mãos dos peemedebistas. E, pior: o PMDB vai manter sua linha de oposição construtiva, preparando um nome para vencer as eleições de 2018 na capital da República.
Essa posição foi manifestada pelo próprio Tadeu Filippelli, em entrevista a Notibras. “Vejo a gestão (de Rollemberg) com ressalvas. O governo é ineficiente e não respeita os compromissos assumidos com a sociedade durante a campanha”, sublinhou o ex-vice-governador.
As declarações de Filippelli são endossadas pelos dois deputados distritais da legenda.
“Não concordo com a forma do governador Rollemberg administrar a cidade; portanto, não tenho a intenção de apoiar esse governo”, dispara Wellington Luiz. Por sua vez, Rafael Prudente não deixa por menos, ao enfatizar que o PMDB vota (na Câmara Legislativa) em projetos de interesse do povo, e que o partido não tem nem pode ter vínculos com uma administração acéfala.
Nitroglicerina – O presente empacotado por Filippelli, Wellington Luiz e Rafael Prudente parece ter sido amarrado com um pavio de pólvora. “A marca do governo Rollemberg é a inoperância. Não fazemos parte nem apoiamos essa administração”, dispara o ex-vice-governador.
Sobre o futuro, Filippelli lembra que o PMDB “sempre teve uma história de protagonismo” no Distrito Federal. No passado, sublinha, “vivemos uma experiência de governar que até hoje é lembrada pela população e comprovada pelas pesquisas de opinião como a melhor gestão que Brasília já teve”. E acrescenta, orgulhoso, da contribuição do PMDB ao afiançar “uma aliança inédita e histórica”.
Essa aliança, claro, foi a coligação PT-PMDB que elegeu Agnelo Queiroz governador em 2010, mas que fracassou nas urnas quatro anos depois, consequência dos passos errados dados pelo governo petista. Mas o certo, segundo Filippelli, é que foi possível ao Distrito Federal superar um longo período de dificuldades políticas, econômicas e administrativas.
– Infelizmente, lamenta o ex-vice-governador, “o trabalho que foi feito para tirar a capital da República da crise não teve prosseguimento na atual gestão. É essa constatação que me impulsiona a acreditar que o PMDB terá um papel importante a cumprir na eleição de 2018, uma vez mais como protagonista. A definição de um nome, neste momento é menos importante do que a certeza de que o partido terá, sim, um candidato em condições de defender os desejos da nossa população”, assegura.
Alianças – O deputado Wellington Luiz afirma, por sua vez, que o partido é de oposição ao Buriti. “Discordo com tudo o que está aí (na administração pública de Brasília). Infelizmente a forma como ele (Rollemberg) tem governado está muito distante do que prega o nosso partido; vai tudo contra os nossos ideais”, sustenta.
– Com a possível posse do vice-presidente Michel Temer, imaginamos que até mesmo para dar estabilidade ao país, e se isso acontecer, será natural que o PMDB do DF seja fortalecido por esse processo. Isso nos coloca na linha de frente com uma candidatura (da legenda) em 2018”, acentua Wellington Luiz, garantindo que o partido terá, sim, candidatura própria ao Buriti.
O mesmo tom é empregado pelo deputado Rafael Prudente. “Esperamos que o candidato seja o nosso presidente regional (Tadeu Felippeli); ele tem uma boa experiência como administrador, mas admito que é cedo para falarmos em nomes”, diz.
Mas, cauteloso, Prudente admite que uma candidatura vitoriosa não pode marchar apenas com seus próprios passos. “Quem sonha com vitória coloca uma ampla aliança nos planos. Por isso não podemos deixar de lado um alinhamento natural com outras forças políticas, como o Democratas (de Fraga), o PR de Frejat, o PSDB capitaneado por Izalci e o PP de Rôney Nemer”.