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Ditadura do Congresso e do Supremo

Fim anunciado da democracia do país acovardado

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Autor/Imagem:
Major-brigadeiro Jaime Sanchez

Estamos à beira do caos nacional. Não há mais o que afundar no grande lamaçal moral e ético em que o País foi mergulhado. A principal causa da escalada dessa debacle nos últimos anos é o domínio estabelecido pelo Poder Judiciário sobre os outros dois Poderes da República, numa inadmissível inversão do conceito de democracia, palavra cuja etimologia indica que a autoridade e o poder pertencem e emanam do povo.

Sem qualquer mandato recebido da sociedade e desprovidos da qualificação mínima e dos escrúpulos exigidos na Constituição Federal para exercerem os cargos obsequiados por ex-presidentes corruptos, os tiranos de toga foram subjugando gradativamente o Legislativo e o Executivo, graças à covardia de ambos: um, vítima de chantagem jurídica que o faz refém dos processos latentes em poder da Suprema Corte, relativos a centenas de crimes do colarinho branco cometidos por parlamentares.

O outro, pela falta de reação à altura dos ataques recebidos, devido à incerteza sobre a intensidade e o alcance do apoio que receberia do povo e das Forças Armadas em caso de uma confrontação com o Judiciário, temendo ainda as graves consequências do ato radical necessário para a ruptura dessa dominação.

Outro sinal claro da podridão moral que se instalou nas instituições é o absurdo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, onde corruptos consagrados e pais criminosos são indicados por seus partidos, sem qualquer pudor, para investigar os crimes dos próprios filhos.

O mais estranho é que nada disso é comentado pelos “cientistas políticos” da mídia. Imaginem o estardalhaço que seria se a CPI fosse implementada apenas para investigar o governo federal, como desejavam os impetrantes e os Excelentíssimos Ministros, e a relatoria ficasse a cargo de Flávio Bolsonaro.

A limpeza do lodaçal que existe nesses dois poderes é praticamente impossível de ser implementada “dentro das quatro linhas”, pois exige uma ação drástica de mão dupla, que é impedida pela mútua proteção que praticam com singular empenho.

Existe uma percepção emanada das redes sociais, respaldada em milhares de postagens com mensagens diretas e indiretas, do tipo #euautorizoPresidente, de que a maior parte da sociedade almeja e apoia uma intervenção militar, dando aos brasileiros mais indignados com o quadro catastrófico atual um sentimento de que essa é uma verdade absoluta, o que os menos afoitos sabem perfeitamente que é uma realidade de difícil aferição.

Por outro lado, a utilização pelo Presidente, quase exclusivamente, das redes sociais como meio de comunicação, faz com que suas mensagens fiquem restritas a nós, que pertencemos ao universo daqueles que apoiam o governo, sendo que a grande maioria da população menos favorecida e esclarecida está ainda limitada à tv aberta, onde é bombardeada maciçamente por todo tipo de notícias e propagandas contrárias ao governo.

Como a mentira contada diversas vezes e por diferentes fontes se transformam em verdade, o sistema vai minando gradativamente o apoio dos 57 milhões de eleitores bolsonaristas.

Enquanto proclamamos os feitos do governo desordenadamente entre nós, na crença de que isso é suficiente para garantir o sucesso em 2022, a esquerda segue à risca uma doutrina e um planejamento forjado ao longo de quase 30 anos, tendo como ferramentas a mídia tradicional e as instituições aparelhadas, subornadas com recursos públicos.

Frases como “acabou porra!”, “só Deus me tira da cadeira presidencial” e “o Congresso Nacional é uma instituição independente” não fazem mais sentido depois das diversas interferências da Suprema Corte que foram aceitas e atendidas sem contestação, como a proibição da nomeação do diretor da Polícia Federal e a prisão ilegal do deputado.

Após dezenas de intervenções descabidas sem qualquer reação, a audácia chegou ao ponto de a ministra Carmen Lúcia dar 5 dias para o Presidente da Câmara explicar porque não abriu o processo de impeachment contra o Presidente.

Prazo o povo gostaria de dar para a abertura das dezenas de pedidos de impeachment amontoadas no Senado, e botar para fora da vida pública aquela dúzia de rábulas coroados que estão fazendo toda uma Nação de gato e sapato.

Com os baluartes da corrupção voltando paulatinamente ao cenário nacional como ex-ladrões perdoados pelos justiceiros da Suprema Casa da Mãe Joana e sem o voto impresso auditado, o Brasil estará condenado a voltar a liderar o famigerado Foro de São Paulo.

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