A cidade do Rio de Janeiro vai sediar, nos dias 18 e 19 de novembro, a conferência mundial sobre tecnologias emergentes, conhecida como EmTech. O evento reunirá especialistas brasileiros e estrangeiros que debaterão as mudanças tecnológicas com cerca de 800 cientistas, empresários, empreendedores, inovadores e pesquisadores.
O EmTech, organizado pela MIT Technology Review, publicação do Massachusetts Institute of Technology, ocorre também nos Estados Unidos, no México, na Colômbia, no Equador, na Espanha, em Cingapura e Hong Kong.
Ao lançar a capital fluminense como sede da primeira edição da conferência no Brasil, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luís Fernandes, disse que a EmTech tem um simbolismo importante, porque a construção do futuro pede políticas públicas de longa duração, que possam gerar resultados para a sociedade brasileira e que concebam a inovação em todo o espectro.
De acordo com Luís Fernandes, as tecnologias emergentes e os empreendedores jovens são a combinação do futuro, porque enfrentamos o “desafio da inovação, em um país que ainda tem baixa propensão à inovação e ao risco, e tende a optar por soluções fáceis e conservadoras e, por isso, não são efetivas alavancas da construção do futuro”.
Para o presidente da Finep, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) traz uma referência global de reflexão sobre tecnologias emergentes, ao mesmo tempo em que é um “partícipe ativo da construção de ecossistemas de inovação, antenados com a visão de construção de futuro”.
Já o vice-presidente do MIT, Israel Ruiz, disse, ao falar sobre a importância de se investir em capital humano e em projetos inovadores locais, que “a tecnologia pode transformar vidas. Segundo Ruiz, a tecnologia gerou mudanças essenciais em todas as indústrias, e chegou a hora de se priorizar as mudanças na educação de qualidade em todo o mundo.
Ao falar sobre a conferência, a diretora da EmTech Brasil e da MIT Technology Review, Cecilia Nicolini, disse que a EmTech pretende ser um espaço para criar e para pensar. Segundo ela, as pessoas, por meio da tecnologia, podem resolver problemas que ainda não têm solução.
A diretora lembrou que um dos programas do MIT, voltado para a criação de uma comunidade global que cria e usa tecnologia para desenvolver soluções para problemas mundiais, ocorreu no ano passado no Brasil. “Foram incríveis os projetos que recebemos. O sistema de empreendedores e inovação que vocês têm aqui no Brasil é ótimo”, disse.
De acordo com Cecilia Nicolini, a EmTech tratará de tecnologias que vão mudar o mundo nos próximos anos. Entre elas, a biotecnologia, a educação do futuro, o abastecimento de água e os desafios da medicina. Durante o encontro, será premiada a segunda geração de jovens talentos inovadores brasileiros com menos de 35 anos. Haverá ainda um fórum de investimentos, para fazer a conexão das ‘startups’ (empresas emergentes) brasileiras inovadoras com potenciais investidores.
Um dos premiados no ano passado pela MIT Technology Review foi Eduardo Bontempo, criador da plataforma Geekie Lab, que desenvolve tecnologia para educação, a partir de inteligência artificial. A empresa personaliza o ensino em escolas e universidades em função das necessidades de cada aluno. Bontempo disse que para o desenvolvimento do negócio, “o impacto do prêmio foi super relevante. Dá um selo de credibilidade”. Segundo ele, além de imprimir mais qualidade ao projeto, a premiação ajuda a dar visibilidade e a atrair novos talentos para a empresa.
Alana Gandra – ABr