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Firmeza de Ernesto tirou chance de Orlando

José Escarlate

1973 – Ungido para suceder Emílio Médici, Ernesto Geisel deixou a presidência da Petrobras e reuniu um pequeno grupo de auxiliares para organizar seu governo. Entre eles, Golbery, Heitor Aquino e Moraes Rego, Humberto Barreto e Oswaldo Quinsan.os quatro últimos, seus assessores na estatal, além do professor Carvalho, um técnico que conhecia de cor todos os decretos e atos do Executivo. Enfim, o caminho das pedras.

No Natal daquele ano, quase todo o ministério já estava escolhido, faltando apenas umas poucas pastas. Além dos ministros militares, um nome para o gabinete militar, já que o convidado, general Dileremando Gomes Monteiro, havia sofrido uma queda e estava hospitalizado.

Véspera de Natal, Ernesto Geisel recebeu na casa que ocupava no Jardim Botânico. a visita do irmão, Orlando Geisel, ministro do Exército de Médici. Generais e coronéis mais ligados ao Orlando e a Médici empenharam-se na permanência do Orlando na pasta, causando o afastamento dos dois irmãos.

Por sugestão de um assessor, Ernesto pediu a Orlando Geisel que indicasse um nome para o suceder. Era uma forma de quebrar o constrangimento que havia entre os dois. De uma maneira indireta, mas cordial, sem contudo mascarar seu desejo de mudança.

Orlando Geisel sentiu o golpe e, de cara fechada, indicou os nomes de Dale Coutinho e Sylvio Frota. Geisel optou pelo primeiro, ficando Frota com a chefia do Estado-Maior do Exército. Com a morte de Dale Coutinho três meses após a posse, Frota assumiu o Exército.

Um novo problema surgiu para o futuro presidente. O general Dirceu Nogueira, oriundo da arma de engenharia, era mais antigo do que os dois.

Um radical, a solução encontrada foi nomeá-lo ministro dos Transportes.

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