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Fiscais de Sarney, na época do Cruzado, morreram quando o plano também morreu

José Escarlate

Lançado em 28 de fevereiro de 1986 pelo ministro da Fazenda, Dílson Funaro, para controlar a inflação, o presidente José Sarney assinou decreto que instituía o Plano Cruzado, uma reforma monetária para substituir o velho e cansado cruzeiro.

Aprovado pelo Congresso em 16 de abril, sem dificuldades, o plano econômico recebeu, na Câmara, 344 votos a favor e 13 contra. No Senado, só um dos 49 parlamentares votou contra. A partir dai os salários, passaram a ter um gatilho de reajuste, disparado toda vez que a inflação ultrapassasse 20% ao mês.

No campo do mercado de trabalho, foi criado o seguro-desemprego. O Plano Cruzado previa a desindexação da economia. O cruzeiro perdeu três zeros para o cruzado. Mil cruzeiros passaram a valer um cruzado. A correção de dívidas anteriores ao pacote obedeceu a uma tabela de conversão.

Sua espinha dorsal, contudo, foi o congelamento de preços. As medidas provocaram choque na economia, aumentando o poder de compra da população, dando início a um processo consumista.

A população assumiu o papel de “fiscal do Sarney”, que passou a desfrutar de grande popularidade. Isso, enquanto o plano deu certo.

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