Depois de horas debruçados sobre o inquérito policial, Pedro e Gustavo decidiram conversar com Flavio, que era o dono da casa onde Marcelo e Susana haviam passado a virada de ano. Ele morava em uma bela casa localizada no condomínio Mansões Entre Lagos, no Paranoá.
O encontro foi marcado para uma tarde de quarta-feira. Assim que os policiais entraram na residência, foram recebidos por um homem enorme com um sorriso estampado no rosto. A aparente felicidade, todavia, logo foi trocada por um ar de consternação, já que Flavio, amigo de longa data de Marcelo, não conseguia entender o motivo dele ter matado Susana.
– Inacreditável! O Marcelo e a Susana sempre se deram tão bem.
– Você se recorda como eles estavam no réveillon?, perguntou Pedro.
– Estavam ótimos! Os dois pareciam se divertir muito, ainda mais a Susana. Ela era linda, sempre muito gentil com todos.
– Eles não falaram nada de diferente?, Gustavo quis saber.
– Não que eu me lembre. A minha casa estava cheia naquele dia. Pra falar a verdade, trocamos algumas palavras, mas logo os dois foram se sentar ali naquele canto. Eles passaram a noite praticamente ali.
– Beberam muito?, Gustavo perguntou.
– Creio que como todos nós naquele dia. Sei que eles deixaram o carro aqui e pediram um táxi ou um Uber.
– Vi que você tem câmeras no portão e na lateral. Por acaso ainda tem as imagens daquele dia?, perguntou Pedro.
– É possível. Vamos ali verificar?
Flavio e os policiais entram numa salinha onde há uma pequena aparelhagem. Em pouco mais de 20 minutos conseguem localizar o momento exato que Marcelo e Susana entram em um Gol branco. Conseguem anotar a placa.
Pedro e Gustavo agradecem o amigo de Marcelo pela disponibilidade de tempo. Logo estão a caminho da delegacia, onde algumas investigações os esperam. Os dois não poderiam simplesmente abandoná-las para tentar solucionar um caso praticamente sacramentado como o de Marcelo, por mais amigos que fossem dele.
*Quinto capítulo na segunda-feira, 13