O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), visitou o pai, o presidente Jair Bolsonaro na tarde deste sábado, no Palácio da Alvorada. É a primeira aparição pública do senador eleito após a divulgação de um relatório do Coaf que aponta quase 50 depósitos em dinheiros feitos na conta do senador. As investigações envolvendo o caso começaram há seis meses e envolve “lavagem de dinheiro e ocultação de bens”.
O relatório traz dados sobre movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro entre junho e julho de 2017. No total, foram 48 depósitos em espécie na conta do senador eleito, “concentrados no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e sempre no mesmo valor: R$ 2 mil”. Segundo a reportagem, foram R$ 96 mil depositados em cinco dias.
A investigação sobre a movimentação financeira de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, tem como foco de apuração a suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou “ocultação de bens, direitos e valores” no gabinete do deputado estadual – atualmente senador eleito – na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O Estado teve acesso aos autos do procedimento de investigação criminal, que está sob sigilo.
A base deste e de outros 21 procedimentos criminais abertos no Legislativo fluminense é um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentação atípica de funcionários e ex-funcionários da Alerj.
O documento foi produzido por técnicos do Coaf há um ano, em janeiro de 2018, e anexado aos autos da Operação Furna da Onça – que em novembro do ano passado prendeu dez deputados estaduais do Rio suspeitos de receberem propina. O relatório mostrou que Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, como revelou o Estado em dezembro.
Na sexta-feira, em entrevista, Flávio afirmou que quanto mais seu ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz “demora” para esclarecer acusações, mais ele o prejudica. O senador eleito também acusou o Ministério Público (MP) do Rio de investigá-lo ocultamente desde meados de 2018. Segundo ele, o MP se utilizou de “vários atos ilegais, sem a devida autorização judicial”, para investigá-lo.