O governador da Flórida, Rick Scott, assinou na sexta (9) a “lei de segurança pública”, apoiada por familiares das vítimas do ataque a tiros em Parkland, que restringe o acesso às armas e propõe armar alguns professores.
Ainda não estava claro se Scott assinaria a medida aprovada na quarta-feira (7) pelos legisladores da Flórida (sudeste) após quase três semanas de discussões emotivas.
A lei 7026 eleva de 18 para 21 anos a idade mínima para comprar armas, proíbe os “bump stocks” (dispositivos que permitem armas semiautomáticas disparar rajadas) e destina 400 milhões de dólares para melhorar a segurança nas escolas e tratamentos de saúde mental.
Também inclui um “programa de vigilantes” voluntários, que permite armar funcionários civis das escolas, exceto professores que trabalhem nas salas de aula e não tenham experiência militar ou policial.
O governador, que havia manifestado seu apoio às restrições ao acesso às armas e ao programa de saúde mental, demonstrou repetidamente que não apoiava particularmente o “programa dos vigilantes” que a lei contém.
Mas destacou que os membros das delegacias policiais e das juntas escolares, que irão decidir se as escolas em suas jurisdições poderão ter equipes civis armadas, são escolhidos pelos eleitores.
“Meu foco está na aplicação da lei, eles são treinados para isso”, disse a repórteres. “Acho que os professores deveriam ensinar”, afirmou.
Scott destacou que o programa de vigilantes é voluntário. “Os comissários têm que se inscrever (…), as juntas escolares têm que se inscrever (…) e nenhum indivíduo será forçado a participar”.
A lei 7026 não proíbe a compra e venda de fuzis semiautomáticos, como o AR-15 usado por Nikolas Cruz para matar 17 pessoas em 14 de fevereiro em uma escola de Parkland (norte de Miami), nem limita a compra e venda de carregadores de alta capacidade.
“Ao invés de proibir armas específicas, temos que proibir pessoas específicas de comprar armas”, afirmou Scott.
O debate sobre o controle de armas foi promovido pelos estudantes de Parkland, que lançaram, um dia depois do ataque, o movimento #NeverAgain para exigir que os políticos enfrentem o problema dos ataques a tiros em massa.