Na impermanência das ondas
Viro flor d’água
Desabrocho
Por 20 minutos, 1 hora
Inteira, presente
Em noites de lua (cheia) e inconscientes afora
Afloro, desaguo
Das minhas entranhas
Brotam águas salinas, sulfurosas, nascentes
Fontanário que cura (e abençoa) as tormentas
Com o pé n’água, planto minhas raízes
Testo novos compassos
Sinto cheiros, a brisa
Dou cambalhotas e resgato profundezas internas
Renasço, cocrio
Evoco aquíferos perdidos em mim
Água de beber
Água de banhar
Água da bica
Água da represa
Fluxo de marés (cheias) que des’àguam em mim
Banho de mar
Banho de piscina
Banho de cachú
Banho de banheira
Encontro das águas, que em sincronia, despertam (e acalmam)
Águas termais
Água radioativa
Água da fonte
Água, fonte da vida
A cada nova maré, somos todos filhos da lua