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Refresco na crise

FMI libera US$ 1,8 bilhão de empréstimo para governo grego

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O conselho do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou “em princípio” uma parcela de US$ 1,8 bilhão do empréstimo à Grécia, mas advertiu que ainda considera “insustentável” a dívida do país, a menos que ocorra um alívio significativo no montante por parte dos credores europeus de Atenas. O FMI concordou em apoiar o programa, mas disse que iria desembolsar o dinheiro apenas após a Europa concordar com um plano claro de alívio na dívida grega.

Além disso, o FMI estabeleceu um limite de 325 bilhões de euros (US$ 374 bilhões) para quanto de dívida o governo central do país pode manter, o que deve manter a pressão sobre os parceiros da Europa e impedirá o governo grego de levantar dinheiro nos mercados no futuro próximo.

O teto na dívida do governo grego – detalhado em documentos preparados bem antes da reunião da quinta-feira e assinado pelo governo grego – dá a Atenas e à Europa pouca margem de manobra em relação aos compromissos para reformar a economia e reestruturar a dívida do país.

A Grécia ainda poderia voltar aos mercados para administrar sua dívida – trocando se conseguisse débitos antigos por novos bônus, com condições melhores, por exemplo -, mas o limite imposto impede a emissão de novas dívidas para aumentar o colchão de capital, como Atenas considerava fazer.

Segundo versões anteriores dos documentos técnicos preparadas em abril, o limite de 325 bilhões de euros foi imposto inicialmente sobre a dívida do governo geral, dando à Grécia um espaço de cerca de 10 bilhões de euros. Parece, porém, que as consequências desse teto não foram percebidas no momento de sua assinatura. Autoridades familiarizadas com o assunto dizem que os dois lados se comprometeram e que os termos não podem agora ser alterados.

Os parâmetros do FMI forçam a Grécia a se concentrar na implementação de reformas no âmbito do acordo, em vez de elevar sua dívida, segundo fontes ligadas ao assunto. Mas também pressiona mais os aliados da Europa a aliviar o débito.

Os credores europeus da Grécia e o FMI têm mostrado divergências desde o início do terceiro pacote de ajuda ao país sobre quanto de desconto poderia ser oferecido a Atenas e quando. No mês passado, houve um acordo quando europeus concordaram com algumas medidas limitadas de alívio na dívida, que serão implementadas após o fim do acordo.

O governo grego quer acessar os mercados privados para criar um colchão de capital, que poderia ser usado após o fim do pacote de ajuda, em agosto de 2018. Atenas também espera enviar um sinal de confiança de que o pacote funciona, apesar da falta de clareza sobre a dívida e da posição do FMI.

A Grécia está fora do mercado internacional de bônus desde 2010, com exceção de um breve período em 2014. O governo avaliava ir aos mercados no começo da semana, mas a decisão foi cancelada quando ficou clara a barreira imposta pelo FMI, segundo autoridades. Além disso, políticos da Europa prometeram a seus eleitores que o pacote de ajuda grego está necessariamente atrelado ao envolvimento do FMI.

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