FMI vê atoleiro maior ainda e manda que governo Dilma e brasileiros apertem o cinto
Publicado
emAltamiro Silva Junior
A recessão no Brasil está se mostrando mais longa e mais forte que o esperado e é “imperativo” que o país adote um conjunto de medidas econômicas apropriadas, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um documento que será apresentado na reunião do G-20 dias 26 e 27 na China. A recomendação é que o governo de Dilma Rousseff persiga a melhora das contas fiscais e continue com uma política monetária apertada.
“O governo deve prosseguir a consolidação fiscal resolvendo a rigidez e mandatos insustentáveis no lado dos gastos públicos”, afirma o relatório do FMI, chamado “Desafios de políticas econômicas e perspectiva global”, que contém uma série de recomendações de políticas econômicas. Além disso o documento vê como essencial as reformas estruturais no país, para melhorar a produtividade, a competitividade e a infraestrutura. Neste último caso, o documento pede que o Brasil implemente programa de concessões.
Nas contas fiscais, o FMI fala da necessidade de reforma da Previdência, de medidas nos impostos e cortes de gastos discricionários para melhorar a trajetória das contas públicas no curto prazo.
O documento que o fundo vai apresentar na reunião do G-20 também fala da inflação brasileira. “A redução da inflação para a meta de 4,5% em 2017 vai exigir uma política monetária apertada”, afirma o FMI.
A avaliação do FMI é que a deterioração da confiança de empresários e consumidores no Brasil, em meio a condições políticas difíceis, segue pesando na demanda doméstica. O fundo prevê que a economia brasileira vai encolher 3,5% este ano e terá crescimento zero em 2017. Nos dois casos, o desempenho é o pior entre as economias do G-20, de acordo com uma tabela apresentada no relatório.
A economia mundial deve crescer 3,4% este ano e 3,6% no próximo. Os mercados emergentes devem ter expansão de 4,3% e 4,7%. Já para os países que fazem parte do G-20, a previsão é de avanço de 3,4% e 3,7%. A Rússia, que deve encolher 1% este ano, deve voltar a crescer em 2017, com expansão prevista de 1%. A Argentina, outro país com recessão em 2016, também deve melhorar o desempenho no ano que vem, com avanço esperado de 2,6%.