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Fogo em ‘Serrado’ usa terceiros para mais ataques de xenofobia

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José Seabra - Foto/Arquivo Pessoal

Toda caminhada começa com o primeiro passo, sem pressa, porque quem se avexa, pode tropeçar nas próprias pernas. Em meados do primeiro semestre do ano 1970 dC, Cláudio Coletti, então diretor da sucursal Brasília da Folha de S.Paulo, convidou-me para um período de 90 dias de experiência. No dia seguinte passei a trabalhar ao lado de uma elite jornalística que me serviu de escola ao longo de 22 anos.

Comecei assim minha trilha. Nesse tempo, era comum o uso de duas, três folhas de papel carbono entre as laudas inseridas na máquina de escrever. As cópias destinavam-se a outros jornais, uma maneira, se bem me recordo, de engordar os parcos salários. No meu caso, duas folhas: uma para o Correio, de onde não desliguei-me de imediato, e outra para o Correio do Povo, de Porto Alegre, indicado que fui por um colega da própria Folha.

Foram muitas pedras pela frente, ora contornadas, ora escaladas, ora obrigado a recuar e buscar um atalho. Também havia outros dissabores. Por seguir uma linha progressista, fui abatido por um míssil disparado de um Mirage III a mando do ministro da Aeronáutica, Araripe Macedo. A ‘revolução’ dita, era realmente, dura. Entendi quando Coletti contou-me que, por ordem expressa dos militares de plantão, eu deixaria de escrever para a Folha. Mas foi-me feita, e cumprida, a promessa de que seria uma ausência temporária.

A partir daí passei a vagar por redações por curtos espaços de tempo. Fui marcado por dois fatos benéficos nesse episódio: 1) aprendi a manter a cabeça erguida e que liberdade de expressão se pratica sem sair das quatro linhas da ética jornalística; 2) fui reconhecido, no primeiro governo Lula, como vítima do regime militar. Deu-se, assim, a minha anistia política, com um contracheque mensal vitalício.

Em 1999, anos após regressar à Folha e prestes a ver tatuada em minha teste a frase ‘Patrimônio FSP‘, vislumbrei meu futuro no campo virtual. Pedi demissão e, visionário, criei Notibras, primeiro portal de notícias aberto na Internet produzido a partir de Brasília. Tive renomados colaboradores, e outros nem tanto. Entre os de brilho, o próprio Cláudio Coletti, Mônica Valdwogel, Leonardo Motta Neto, José Escarlate, Lélio Raphanelli, César Tralli. Já os ingratos, talvez até mesmo mesquinhos, os invejosos Max de Quental e… Etelmino Pedrosa.

Etelmino, para quem cansei de escrever a pedido dele textos por ele assinados, deixou o grupo ‘metendo o pau no gato’ para todos os lados. E até hoje, sórdido, lança suas nefastas garras contra este repórter. Incompetente, inconsequente, incapaz de distinguir entre serrado e Cerrado, o antigo repórter-fotográfico com três Prêmios Esso, agora vulgo Mino, abusa de vulgaridades; ensandecido, requenta matérias e usa Notibras quando pretende atingir seus desafetos. Resta saber do retratista, a mando de quem e por quê? Estaria por trás dele a leoa que pariu as feras que em sua cova tentaram trucidar Daniel? Seria, por acaso, alguém que, da antiga cidade encrustada nas planícies de Castilla-La Mancha, tem apenas o nome? Poder-se-ia supor, também, o amigo PGR que tenta virar casaca para manter o emprego, ou a sonhadora senadora que de goiaba, entende apenas dos vermes do fruto. Enfim, tudo o que merece ser varrido por um escovão.

A ética jornalística é escudada pelo respeito à fonte. Jornalista sério, membro do outrora quarto poder, tem, como qualquer cidadão, suas próprias opiniões. Diverge, mas respeita opinião contrária. Escreve o que obtém de fontes confiáveis; do Ministério Público, que denuncia; do Judiciário, que dá a última palavra, e da polícia, que deve prender mais e arrebentar menos.

O poder emana do povo. E Notibras é parte dos tantos porta-vozes da sociedade. E aqui, senhor secretário (por favor, sem xenofobia), baiano, no fundo, é gente do bem. Tanto, que veio da Boa Terra a expressiva votação que alijou Bolsonaro e sua casta de um projeto totalitário. Portanto, Etelmino, vulgo Mino, fica desautorizado a citar Notibras em suas manobras sórdidas. A continuar confundindo alhos com bugalhos quando fala de fogo no Cerrado, fará com que seja serrado e jogado na fogueira das vaidosas ilusões. E será rebatizado como Pedro, o Judas. Está escrito.

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