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Folião apronta diabruras em Brasília desfilando ao som do bloco Babydoll de Nylon

O bloco de carnaval de rua Babydoll de Nylon lotou de foliões a Praça do Cruzeiro no Eixo Monumental, Distrito Federal (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Luciano Nascimento 

Os foliões lotaram a Praça do Cruzeiro, no Distrito Federal, para acompanhar o bloco de carnaval de rua Babydoll de Nylon, na tarde deste sábado (6) de carnaval.

Quando o bloco surgiu, em 2011, a intenção era buscar um meio de se divertir no carnaval brasiliense. Os seis organizadores desembolsaram R$ 400 para contratar um carro de som e atrair 120 pessoas. Neste sábado de carnaval, o Babydoll atraiu, segundo a organização, 60 mil pessoas ao local. A Polícia Militar (PM) contabilizou 65 mil participantes do desfile.

O bloco, que se intitula o menor, mais ridículo e menos promissor bloco de carnaval do Brasil, tem como marca registrada foliões travestidos de camisolas, mas também tem quem queira participar da folia com outras fantasias, como de super-heróis, fadas, anjos e o que mais a imaginação e a disposição dos foliões inventa.

Entre eles está o estudante Alexandre Rodrigues, frequentador do bloco desde 2014, fantasiado com a indumentária que identifica o bloco, ele afirma que gosta de desfilar porque “o bloco é muito alto astral. Sempre venho com os amigos, aqui a gente se diverte, sai todo mundo fantasiado de babydoll para mostrar a nossa sensualidade”, brincou.

A psicóloga Thaís Fernandes disse que é muito divertido ver quase todo mundo de vestido e camisola. “É muito bom, as pessoas mostram um lado alegre, e com as músicas o clima fica fantástico”, disse.

Mãe do pequeno Téo, de 3 anos e meio, a funcionária pública Ivna Machado disse que gosta do bloco porque ele é tranquilo. Acompanhada de um grupo de pais com crianças entre 3 e 7 anos, ela disse preferir o Babydoll porque dá para levar crianças. “Sempre me senti muito confortável aqui. A gente sempre traz de casa uma toalha e estende embaixo das árvores, e quando acaba a energia das crianças elas podem descansar. Daí que dá pra brincar o carnaval e tomar conta do filho”, disse.

O bloco de carnaval de rua Babydoll de Nylon lotou de foliões a Praça do Cruzeiro no Eixo Monumental, Distrito Federal (Antonio Cruz/Agência Brasil)

De acordo com a PM, a opinião da funcionária pública está certa. Os policiais que atuavam na segurança do bloco informaram à Agência Brasil que a festa estava transcorrendo sem incidentes. “A organização colaborou muito com o nosso trabalho, o que ajudou muito na segurança do evento. Foi o melhor bloco em termos de cumprimento daquilo que é acordado com a polícia”, disse o tenente Braga.

O tenente lembrou que a população também pode ajudar, evitando levar garrafas de vidro para a folia. ”Estamos fazendo ações para coibir a entrada de garrafas de vidro nos blocos de rua de Brasília. Então, fica a dica para que as pessoas não tragam essas garrafas para a festa”.

Sem o desfile das escolas de samba pelo segundo ano seguido, o carnaval do DF tem se concentrado cada vez mais nos blocos de rua. Em 2015, o Babydoll atraiu 50 mil pessoas para seu desfile, quando a organização do bloco tinha expectativa de levar 25 mil pessoas ao local. Essa animação já coloca o bloco em destaque no carnaval brasiliense, ao lado de algumas agremiações históricas como o Pacotão e a Baratona.

Por atrair a atenção de tantos foliões, o bloco teve que mudar de local em 2013. Antes, a agremiação se concentrava na primeira rotatória da Quadra 201 Sul. Como ela ficou pequena, o bloco foi para a Zona Central. O trajeto, contudo, continua o mesmo: uma rotatória. De hora em hora o bloco dá uma volta.

No momento, o bloco reafirma sua razão de ser, pois como diz a letra cantada por Robertinho de Recife, o bloco nasceu da brincadeira de fazer homens e mulheres se convencerem de que “babydoll de nylon combina com você”.

Agência Brasil

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