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Impeachment é clamor do povo, diz Cunha; Dilma reage, cutucando. É chantagem

A presidente Dilma Rousseff em pronunciamento se manifesta com indignação sobre a aceitação do pedido de impeachment anunciado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Wilson Dias/Agência Brasil)

A aceitação do pedido de impeachment de Dilma Rousseff foi uma declaração de guerra do deputado Eduardo Cunha ao Palácio do Planalto. A presidente da República dirigiu-se à Nação, por meio de cadeia de rádio e televisão, sinalizando que via no gesto um ato de chantagem. Já o presidente da Câmara considerou que atendeu ao clamor das ruas.

Na redes sociais, os perfis de Eduardo Cunha publicaram um banner com os dizeres “Impeachment Acolhido”, com fundo verde e amarelo. O deputado mudou as imagens de fundo de seus perfis, que traz dizeres do hino nacional: “Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme quem te adora à própria morte”.

No texto do Facebook, os perfis de Cunha também exaltavam que o peemedebista “atendeu aos pedidos” das manifestações de rua, que “não foram em vão”.

Planalto indignado – Já Dilma, em sua manifestação aos brasileiros, se disse “indignada” com a abertura de um processo de impeachment contra ela na Câmara dos Deputados. “Ainda hoje recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara de processar pedido impeachment contra mandato democraticamente concedido a mim pelo povo brasileiro”, declarou a presidente em pronunciamento no Palácio do Planalto.

Dilma disse ainda nunca ter cometido “ato ilícito” e disse crer no arquivamento do pedido. “Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público”, afirmou, dando uma estocada em Cunha, alvo de investigações da Operação Lava Jato.

A presidente ainda enfatizou que”jamais aceitaria ou concordaria com qualquer tipo de barganha que ofenda os princípios morais e éticos”, numa referência direta ao processo contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara.

“Não podemos deixar as conveniências abalarem a democracia e a estabilidade de nosso país”, disse a presidente, que declarou ainda que é necessário “confiar em nossas instituições e no Estado Democrático de Direito”, acentuou.

Voz das ruas – “As manifestações populares que ocorreram no Brasil inteiro – em 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto – não foram em vão! Atendendo ao pedido das ruas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de impeachment”, diz a postagem no Facebook.

“A partir de agora, uma comissão formada por deputados de todas as bancadas emitirá parecer ao impeachment, que posteriormente segue para análise do plenário do Senado. Processo que será acompanhado por toda a população”, completa o post com as hashtags #VerásQueUmFilhoTeuNãoFogeÀLuta #EquipeCunha #CamaraIndependente #DemocraciaForte #CunhaPresidente.

Em uma hora, o post de Cunha no Facebook tinha mas de 31,4 mil curtidas e 27,6 mil compartilhamentos. Havia comentários tanto elogiando a postura de Cunha, como criticando-o. “Parabéns, Muito obrigada o povo agradece”, dizia uma internauta. “Parabéns Deputado !!!! Muito obrigadooo de coração mesmo !!! Presente de natal, ralaaaaaaa Dilma !!!!”, dizia outro. “Pilantra!!!! tirando o foco das investigações contra você! cavou seu fim!!!”, afirmava uma internauta revoltada. “Agora chegou a hora de você também cair”, dizia outro comentário.

No Twitter, com limitação de 140 toques, o texto da postagem de Cunha dizia: “Atendendo ao pedido das ruas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de #impeachment de @dilmabr”. Depois de uma hora, tinha 2,2 mil compartilhamentos e 1,9 mil curtidas.

Da Redação com Agências

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