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8 de janeiro

Four Weddings and a Funeral ganha remaker como Delação Premiada

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Autor/Imagem:
Marta Nobre, Edição - Foto de Arquivo/ABr

O roteiro de Four Weddings and a Funeral, produção hollywoodiana de 1994, está prestes a ganhar um remaker em Brasília. As cenas de abertura mostrarão a Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro de 2023. O som ambiente serão vidraças estilhaçadas, cascos de cavalos sobre o asfalto, tiros de borracha e o espocar de bombas de efeito moral. O script é de advogados de defesa de cinco oficiais superiores da Polícia Militar do Distrito Federal. O título em português será Delação Premiada.

Esse cenário começou a ser desenhado nas últimas 24 horas, logo após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defender junto ao Supremo Tribunal Federal a condenação de ex-integrantes da cúpula militar brasiliense, na época, por omissão na contenção da turba de arruaceiros. São cinco coronéis, hoje réus, que podem virar presidiários por um período que varia de 15 a 27 anos em regime fechado. Na Papuda, e não no Quartel General da PM.

A exemplo de oficiais da Marinha, Exército e Aeronáutica, que têm um comandante Supremo (no caso, o presidente da República), nas unidades federativas os policiais militares obedecem à figura do governador titular ou de quem estiver no exercício do poder. Quando ouvem a ordem de ‘faça isso’, eles prestam continência e cumprem o que lhes foi determinado. Todo enredo do remaker vai girar em torno dos acontecimentos que antecederam a tentativa de golpe. Um dos réus pediu para transmitir a Notibras que não ‘fi-lo porque qui-lo’, que não havia ‘forças estranhas’, mas apenas ordens.

Bolsonaristas à parte, a delação indicará de quem partiu a iniciativa da operação tartaruga, deixando como estava para ver como ficava. Os réus com três gemas destacadas em cada ombro podem até não convencer nas falas adaptadas. Mas como restam um major e um tenente, avalia-se nos meios militares, políticos e do Judiciário, que, na melhor das hipóteses, será jogada muita lenha na fogueira até o veredito final de Xandão.

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Marta Nobre é Editora-Executiva de Notibras

 

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