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Fraga, derrotado, dá coices e compara Ibaneis a um jumento

Foto/Arquivo Notibras

Os deputados federais Alberto Fraga (DEM) e Laerte Bessa (PR), saíram derrotados nas urnas em outubro passado. Um, perdeu a disputa pelo Palácio do Buriti. Outro, que chegou à Câmara justamente pela força da coligação de outro, não conseguiu a reeleição. Fraga é coronel reformado na Polícia Militar. Bessa, delegado aposentado da Polícia Civil.

Os dois sempre trabalharam em harmonia. Desde as eleições, porém, tentam sobreviver. E seguiram lados opostos. Fraga resolveu virar uma espécie de candidato a algoz de Ibaneis Rocha (MDB), o governador eleito. E Bessa se colocou de imediato como escudeiro do futuro ocupante do Palácio do Buriti.

Nesta segunda, 12, eles travaram a primeira batalha no Plenário da Câmara dos Deputados. Fraga comparou Ibaneis a um jumento.  Já com emprego garantido (será secretario-chefe do Gabinete de Segurança Institucional de Ibaneis), Bessa saiu em defesa do chefe. E disse que Fraga, ‘um coronelzinho de meia tigela’, não tem autoridade para falar mal de ninguém.

A discussão girou em torno da extinção da Casa Militar, anunciada no mesmo dia por Ibaneis Rocha. Fraga, inconformado, incitou coronéis da PM (que sempre teve um dos seus representantes no gabinete palaciano) à greve. O governador eleito minimizou o episódio. Considera que Fraga está magoado porque perdeu as eleições. E cutucou: “ele [Fraga] tem que resolver os problemas com a Justiça e não comigo”.

Discurso de Fraga

“Sr. Presidente, eu queria que mandar um aviso para o Governador eleito do Distrito Federal, eleito e só Deus sabe com qual metodologia e quais os critérios que ele adotou. Ao longo dos anos, tenho certeza de que o povo de Brasília vai descobrir, porque a mentira tem perna curta e sabemos o que que vai acontecer.

Sou coronel da Polícia Militar, com muito orgulho — sou da reserva — e esses dias tomei conhecimento que o Governador eleito teve uma ideia de jerico dizendo que vai acabar com a Casa Militar. Quero dizer a esse Governador eleito que a Polícia Militar é uma instituição permanente. Governadores vão passar, a Instituição Polícia Militar vai permanecer.

Estou dizendo na tribuna da Câmara dos Deputados, estou afirmando, que se ele insistir em acabar com a Casa Militar os oficiais da Polícia Militar não vão trabalhar, ou seja, vão reagir. Se ele acha que ao criar um gabinete institucional acabando com a Casa Militar, tirando aquela proximidade que existe da Polícia Militar para com o Governador para atender aos apelos da Polícia Civil está muito equivocado, os oficiais não vão aceitar. Hoje, pela manhã, tivemos uma reunião e isso ficou muito claro.

Se ele insistir com essa ideia maluca de jumento, de extinguir a Casa Militar, ele pode preparar cadeia para todos os oficiais, porque ninguém vai para as ruas, ninguém vai trabalhar e vamos mergulhar o Distrito Federal num caos, numa insegurança pública jamais vista. Ele tem que respeitar a Polícia Militar. Se ele não quer respeitar, os oficiais vão ter que mostrá-lo como é que as coisas vão acontecer.

Não adianta ele ficar ouvindo conselhos de pessoas que não se elegeram, que não tiveram voto e agora querem extinguir uma instituição, como é a Casa Militar, tirando simplesmente um braço da nossa corporação. Não podemos aceitar esse tipo de atitude de um governador que certamente não terá o respeito da Polícia Militar.

Ele é tão imaturo na política que, talvez, não saiba o que representa uma instituição. Estou falando Polícia Militar, mas também quero me referir ao Corpo de Bombeiros Militar. Ele usar como parâmetro o GSI Federal. Ele tem que entender que o GSI não tem Secretaria de Segurança Pública e é comandado por militares.

Esse Ibaneis Rocha é tão jumento que acho que ele não sabe, não tem uma assessoria competente para lhe dizer que o que está tentando fazer não vai dar certo e a consequência será desastrosa. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar não vão aceitar ter a Casa Militar suprimida para apenas dar lugar, dar alento a quem perdeu uma eleição e quer botar um civil para comandar as forças militares. Não vamos aceitar isso.”

Resposta de Bessa

“Sr. Presidente, Srs. Deputados, há poucos minutos um Deputado Coronel da Polícia Militar do Distrito Federal usou esta tribuna para falar mal do futuro Governador do Distrito Federal, Sr. Ibaneis Rocha.

Aí, eu pergunto: quem é esse coronel? Qual é a moral que esse coronel tem para falar do futuro Governador de Brasília? Primeiro, o futuro Governador de Brasília foi eleito com mais de 1 milhão de votos, enquanto o coronel Deputado aqui do Distrito Federal que foi candidato a Governador teve pouco mais de 70 mil votos.

O Governador eleito do Distrito Federal é um dos homens mais íntegros que nós já tivemos na composição da política do Distrito Federal. Agora, vem esse Deputado coronel falar palavras de baixo calão do nosso futuro Governador.

Eu queria dizer para esse coronel Deputado que ele não tem moral nenhuma para falar de quem quer que seja. Sabe por quê? Porque foi condenado recentemente por corrupção. Corrupção para mim, no meu dicionário, é furto, é roubo. Corrupção e ladroagem é a mesma coisa.

Então, esse coronel Deputado subtraiu dinheiro, ele subtraiu dinheiro do nosso poder público, dos nossos cofres públicos, dinheiro da nossa Nação. Então, ele não tem moral nenhuma para falar do nosso futuro Governador.

Quero dizer mais a esse coronel. Eu não tenho voto, não, porque não sou ladrão. Em todas as eleições nas quais você foi eleito, foi eleito com dinheiro do seu partido, dinheiro que você roubou no tempo em que você foi Deputado.

Eu estou falando que você é ladrão porque já foi condenado. Como você quer ser Governador de Brasília, se você tem que passar a noite no presídio? Você foi condenado a mais de 4 anos. Você tem que trabalhar de dia e passar a noite no presídio. Como você quer governar Brasília dessa forma?

Então, seu coronel Deputado… É ex-Deputado, porque você está igual a mim. Eu não tenho voto mesmo, não, você falou certo. Eu não tenho voto, porque não sou político…”

“Presidente, eu quero mais tempo, porque ele falou mais de 5 minutos aqui. Então, eu não tenho voto. Sabe por que eu não tenho voto? Porque eu não sei mentir para o povo. Eu não sei mentir para o povo igual você mente.

Agora, eu sou homem e sou honesto. Fui delegado por 30 anos aqui em Brasília, fui Diretor da Polícia por 8 anos, fui Secretário de Segurança. Sou um homem honrado, não tenho condenação e não tenho nenhum processo que manche minha imagem como político, caso queira me chamar de político.

Então, eu queria dizer essas palavras, Sr. Presidente, porque fiquei indignado de um cidadão dessa qualificação vir aqui falar de uma pessoa digna como é o nosso futuro Governador Ibaneis. Muito obrigado, Sr. Presidente. E que ele venha rebater, porque eu estou…”

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