Notibras

Frango na grelha do João, simples como aperto de mão

José Escarlate

Junho de 1959 – Próximo ao Brasília Palace, nos tempos heroicos da construção da cidade, havia o Hotel Do-Ré-Mi, uma choupana de madeira que vez por outra abrigava funcionários públicos e pessoas que por lá passavam, em serviço.

Aquilo foi tornando-se um acampamento, até que um nordestino, de nome João, para faturar mais algum passou a servir aos comensais peito de frango assado em uma grelha, construída de modo artesanal. O que sobrava, virava um saboroso ensopado. Era prato de fim-de-noite.

O boca-a-boca foi inevitável, saindo até no jornal, nas páginas do DC-Brasília, na coluna da minha amiga Katucha – Talita Aparecida de Abreu -, a primeira colunista social da cidade.

Dizia ela que o pequeno restaurante, cercado de árvores, “era simples como um aperto de mão”. Foi o quanto bastou.

O movimento aumentou tanto que o moço, adotando o nome de João do Frango, foi procurar novo pouso, instalando-se em uma grande área, no fim da Asa Norte, em frente à W-3. Mas com o cuidado de manter o mesmo padrão de serviço.

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