Pois lá estávamos a minha mulher (a Dona Irene) e eu na praia do Jabaquara, em Paraty, quase totalmente submersos bem no rasinho, onde a água é tão morna como as do Nordeste. Tão relaxados, que poderíamos ter adormecido, quando, de repente, fomos despertados pelos gritos de duas meninas, que jogavam bola.
Entre umas risadas e outras, a bola acabou caindo bem pertinho da gente. Eu a peguei e joguei para as garotas, que, ao tentarem pegá-la, acabaram caindo na água. A minha esposa começou a rir, o que também provocou uma onda de gargalhadas nas duas meninas. A partir daí, criou-se uma certa cumplicidade entre a gente e, logo, estávamos os quatro brincando.
Bola daqui, bola dali, acabei jogando a bola na direção da mais magrinha, cujas mãos não conseguiram agarrar. Gritei: “Mão de alface!” As duas crianças não entenderam o sentido disso, mas riram tanto, que quase fizeram xixi no biquíni.
Em seguida, as duas passaram a jogar a bola cada vez mais forte na minha direção, que, apesar de não ser nenhum Jefferson, consegui agarrar todas. Isso até que, já no finalzinho, quando a Dona Irene me cutucou e disse que já queria ir embora. A bola passou entre as minhas mãos e, então, as duas meninas gritaram: “Mão de tomate!!!”