Funcionários e professores da Universidade de São Paulo (USP) fizeram na Cidade Universitária, um ato em defesa da universidade pública. A Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) criticou, em um manifesto, as ações adotadas pela reitoria.
“A reitoria da USP – de modo açodado, não transparente e sem nenhuma negociação com a comunidade universitária – propõe medidas que indicam o início de um processo de desmonte da USP. Desde o começo do ano, a administração central promove a desvalorização dos salários de seus servidores e ameaça o regime de dedicação integral à docência e à pesquisa. Agora propõe um plano de demissão voluntária”, diz o texto.
Professores, funcionários e estudantes cobraram ainda o aumento de recursos para a universidade, que poderia ser feito, por exemplo, pela elevação do percentual da quota-parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que o estado destina às universidades.
Segundo o reitor Marco Antonio Zago, questões pontuais sobre o repasse do ICMS estão sendo negociadas com o governo do estado, mas os recursos envolvidos representam uma fração muito pequena da necessidade atual da USP. Já a elevação da cota atual, de 9,57% do ICMS repassado às universidades estaduais, depende, segundo Zago, de decisão mais ampla, que envolva a sociedade.
“Ela depende da visão do estado de São Paulo e da população de como devem ser gastos os recursos do ICMS. Não depende dos reitores e não é exclusiva do governado; depende da Assembleia Legislativa. Claro que as universidades querem. Mas eu entendo que isso tem de ser feito em contexto mais amplo, as universidades têm de dizer o que pretendem fazer em termos de ampliação de sua atividade-fim dentro do estado”, disse.