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Terceirizados de delegacias fazem ato por salários atrasados

Funcionários terceirizados das delegacias do Rio fazem na tarde desta quinta-feira (16), um ato em frente à Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). O objetivo da manifestação é chamar atenção da população e pressionar o governo estadual, além de deputados, para a solução do problema da classe, que está há três meses sem receber seus salários.

O atraso no salário tem afetado o atendimento das unidades: em algumas, o horário nas recepções chegou a ser reduzido, enquanto em outras, a limpeza chegou a ser suspensa por alguns dias. Segundo um dos funcionários, Edvaldo Alves do Nascimento, que é síndico da 71ª DP (Itaboraí), o caso é mais crítico nas centrais de flagrante, nas Divisões de Homicídios (DHs). Ele criou a página ‘Cadê o meu salário’ no Facebook para denunciar o problema.

Policiais relatam ainda que na 37ª DP (Ilha do Governador), os faxineiros não cruzaram os braços, porém, o atendimento nos balcões foi afetado. Já na 19ª DP (Tijuca), a limpeza dos banheiros e das salas também tem sido prejudicada, apesar de os funcionários não terem cruzado os braços. Na 71ª DP (Itaboraí), o serviço geral foi prejudicado, afirmam os policiais.

“Já procuramos o governo e a Prol inúmeras vezes. Tentamos resolver isso de forma civilizada e ordeira a todo momento. E a resposta da empresa é sempre a mesma: o estado não repassa as verbas”, relatou Edvaldo. Segundo o funcionário, a empresa chegou a pagar apenas o vale-transporte de alguns trabalhadores.

“Alguns estão indo trabalhar com muito sacrifício. Não sabemos mais a quem recorrer. A situação é desesperadora. Eu mal estou conseguindo viver, sem dinheiro para comprar comida, nem nada. Mas não tenho filhos, imagina aqueles colegas que têm família? Não há como viver”, acrescentou ele, que não poupou críticas: “Não é possível que o estado tenha dinheiro para carros de deputados e para pagar todos os servidores estaduais, mas não tenham para pagar terceirizados. Como sumiu esse dinheiro se é previsto no orçamento?”.

A Polícia Civil foi procurada mas  ainda não enviou posicionamento sobre o caso. A Secretaria Estadual de Fazenda também já foi questionada sobre o atraso nos salários. Já as empresas responsáveis pelas contratações foram procuradas, mas a reportagem ainda não obteve resposta.

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