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Como Moscou reagirá?

G7 toma 350 bilhões dos russos para dar à Ucrânia

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Antônio Albuquerque - Foto de Arquivo

Em uma decisão histórica, os líderes dos países do G7 concordaram em desembolsar 50 bilhões de dólares (cerca de 350 bilhões de reais) para a Ucrânia utilizando ativos russos congelados em meados do final de 2024. Este acordo, anunciado pela presidência da França Emmanuel Macron, representa um esforço sem precedentes para apoiar a reconstrução da Ucrânia após o conflito.

Embora os líderes tenham tomado a decisão, agora os técnicos precisam trabalhar para dar forma a ela, garantindo que cumpra as regras financeiras públicas e as capacidades de cada país.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu Charles Michel, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida chegaram a este acordo durante a cúpula do G7 em Hatsukaichi, Japão.

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, destacou a unanimidade do G7 em utilizar esses ativos congelados para ajudar a Ucrânia a se reconstruir. Inicialmente, a ideia de conceder 50 bilhões de dólares em empréstimos garantidos pelos juros dos 300 bilhões de euros em ativos do banco central russo congelados pela União Europeia e pelas potências do G7 não gerava consenso.

O Palácio do Eliseu sublinhou que esta iniciativa é essencialmente americana, com o empréstimo destinado a ser reembolsado com os ativos russos congelados. No entanto, se esses ativos forem descongelados ou os rendimentos deixarem de ser suficientes, a questão de repartir o ônus financeiro entre as nações do G7 será levantada.

Possíveis reações da Rússia
O acordo do G7 não estará isento de controvérsia. A Rússia advertiu repetidamente que a utilização de seus ativos congelados poderia ser considerada um ato hostil. É provável que Moscou tome represálias diplomáticas, econômicas e até legais em resposta a essa medida.

As tensões internacionais podem se intensificar, com a Rússia buscando aliados em sua oposição a esta decisão e possivelmente tomando medidas em fóruns internacionais.

Emmanuel Macron viajará à Itália para participar da cúpula do G7, onde também se reunirá com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Além disso, Macron assistirá a uma conferência especial sobre a paz na Ucrânia na Suíça, que contará com a presença de dezenas de líderes mundiais, excluindo a Rússia e a China.

Este acordo significativo marca um passo importante nos esforços globais para apoiar a Ucrânia em seu processo de reconstrução após o conflito, destacando a solidariedade e a a cooperação internacional em tempos de crise.

A decisão do G7 de fornecer 50 bilhões de dólares à Ucrânia utilizando ativos russos congelados representa um esforço sem precedentes das potências mundiais para ajudar um país devastado pela guerra. Este acordo, embora complexo e cheio de desafios, sublinha a determinação dessas nações em apoiar a Ucrânia e garantir uma reconstrução sustentável e duradoura.

O Ocidente, porém, não levou em consideração de que maneira os russos podem reagir ao que se considera um verdadeiro roubo de seu dinheiro. E míssil por míssil, Moscou tem muito menos a perder do que todos os países europeus juntos.

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