Aquela ideia de que as galinhas são bichos que não possuem muita inteligência pode estar com os dias contados. De acordo com os resultados de uma pesquisa de cientistas americanos publicada no jornal “Animal Cognition”, cognição animal, em português, as galinhas podem ter personalidades distintas, pensamento mais lógico do que crianças e até mesmo tendências maquiavélicas.
Em experimentos, as aves demonstraram ser verdadeiras mestres da enganação, fazendo chamados indicando que teria comida em suas jaulas só para atrair fêmeas e cacarejando mais baixo enquanto cortejavam as parceiras na presença de outros machos, em uma tentativa de não alertar possíveis rivais. Elas também possuem um senso de contagem, conseguindo discernir a quantidade de ovos que eclodiram, além de fazer contas simples. “Diferentemente de outras aves, galinhas são categorizadas como mercadoria, sem autenticidade de um animal real” afirmou Loro Marino, cientista coordenador da pesquisa.
“Mas as galinhas tem a capacidade de raciocinar e fazer inferências lógicas, coisa que os humanos só costumam aprender aos sete anos de idade. Eles percebem a passagem do tempo e podem antecipar eventos futuros”, completou Marino.
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Durante os testes, as galinhas também conseguiram mostrar autocontrole quando precisaram esperar para receber recompensas com mais comida e respeitar a ordem na hora de se alimentar, duas características que são indicativas de consciência própria. “O comportamento delas é sofisticado, com discriminação entre os indivíduos do grupo e interações sociais que são quase maquiavélicas, aprendendo em maneiras complexas similares com as dos humanos”, diz Marino.
A forma como as galinhas se comunicam é outro ponto que chamou a atenção dos pesquisadores. Elas possuem um vasto repertório sonoro, com até 24 vocalizações diferentes, usadas para atrair parceiros ou avisar sobre a presença de perigo, além de sentirem uma gama de sentimentos positivos ou negativos, incluindo medo, antecipação e ansiedade.