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Recife

Galo da Madrugada sai do galinheiro após dois anos de Covid

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Antônio Albuquerque, Edição - Foto Antônio Cruz

A capital pernambucana já vive o Reinado de Momo. Após dois anos sem carnaval por causa da pandemia da Covid-19, o Galo da Madrugada, símbolo da festa no Recife, voltou a reinar na Ponte Duarte Coelho, no Centro da cidade. A alegoria foi erguida por volta das 22h desta quinta-feira (16), aos gritos de “sobe, sobe” e “Galo, eu te amo”.

Fazendo história, a alegoria ficou pronta mais cedo neste ano. Ao todo, 58 peças formam a estrutura de 28 metros de altura, o equivalente a um prédio de nove andares. O novo Galo foi criado por Leopoldo Nóbrega e Germana Xavier, e homenageia os povos pretos e pardos.

A técnica em informática Livânia Rodrigues ajoelhou aos pés da majestade e rezou agradecendo pela volta do carnaval. “Eu tava agradecendo a Deus por ter passado por essa pandemia. Foi terrível. Dois anos sem ter carnaval, eu amo o Carnaval. Estou sem palavras, ele tá lindo, mais bonito que em outros anos”, contou.

A subida do Galo virou um evento. A designer de sobrancelhas e maquiadora Aline Sales saiu do trabalho, se arrumou e veio conferir a atração. “Estava trabalhando, mas fui em casa e corri para cá. É a primeira vez que vejo a cerimônia de subida do Galo. Eu estou muito animada para o carnaval”, disse.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), declarou que essa noite vai entrar para a história e será uma prévia do carnaval nos próximos anos. “Já vamos anunciar, no ano que vem, vamos fazer um evento da subida do Galo. Hoje foi muito natural. Nosso carnaval é assim. Em plena quinta-feira à noite, aqui cheio. Isso mostra a ansiedade das pessoas”, afirmou o prefeito.

Historicamente, a quinta-feira de pré-carnaval na capital pernambucana é dedicada às agremiações de matrizes africanas. Para marcar a subida do “Galo Preto Ancestral”, houve apresentação do bloco Afro Daruê Malungo, grupo considerado pioneiro na preservação da cultura de matriz africana e berço de inspiração para artistas como Chico Science e Nação Zumbi, expoentes do movimento Manguebeat.

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