Era uma tarde ensolarada em Foz do Iguaçu, e, como de costume, o ex-prefeito estava saindo de casa para mais um compromisso de campanha. Mal abriu o portão, e lá estava ele: o gato da vizinhança, um felino robusto e de pelos pretos, espreitando-o com seus olhos penetrantes. O ex-prefeito tentou ignorar, mas o bichano não deixava barato. Com seu miado alto e insistente, começou o que parecia ser uma óbvia provocação:
— “Generaaaaauuuuuu!”
O ex-prefeito olhou para os lados, como quem busca uma testemunha para confirmar o que estava ouvindo. O gato, que até então parecia um animal comum, era agora sua sombra. Toda vez que o político entrava ou saía de casa, lá vinha o gato, gritando aquele “Generaaaaauuuuuu!” como se estivesse convocando a vizinhança para uma reunião urgente.
O felino não se contentava apenas com miados na presença física do ex-prefeito. De sua janela, o homem ouvia o som a qualquer hora do dia e da noite. A situação se tornava quase cômica: o candidato mal podia pensar em dar uma volta sem ouvir o grito do gato ecoando em seus ouvidos. Era como se o felino estivesse ali para lembrar, a todo momento, de quem ele não conseguiria fugir — o General.
Boatos começaram a circular. Uns diziam que o gato pertencia a um rival político, treinado para desestabilizar o ex-prefeito. Outros juravam que o bichano estava apenas defendendo o bairro de uma ameaça invisível, enquanto o homem tentava levar adiante sua campanha. Mas a verdade? Talvez o gato apenas fosse um fã frustrado, querendo seu espaço no meio das discussões eleitorais.
E, enquanto o candidato tentava manter a serenidade em público, já não restavam dúvidas de que, para ele, aquela eleição tinha um novo desafio: não só enfrentar seus adversários, mas também lidar com o insistente miado do seu inusitado perseguidor: “Generaaaaauuuuuu!”