A dor da confirmação da morte dos filhos gêmeos da dona de casa Beatriz Carvalho, de 20 anos, e do porteiro Jonas de Freitas Silva, de 28, dois dias após o parto, somou-se à outra: o corpo de um dos recém-nascidos desapareceu, no Hospital municipal Pedro II, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Sem poder sepultar os irmãos juntos, apenas um deles foi enterrado, nesta sexta-feira (4).
— Estamos tristes com a morte dos bebês, mas sabíamos dos riscos. Ficamos chateados com essa falta de informação e com o sumiço do corpo. Vamos procurar a Defensoria Pública — afirmou o tio, José Ricardo de Freitas, de 38 anos, irmão de Jonas: — Os pais estão arrasados. Perderam dois filhos no mesmo dia e precisam passar por isso.
Com sete meses de gravidez, Beatriz, que mora em Santa Cruz, foi internada no hospital na última quarta-feira, já com dores do parto. Os bebês, uma menina e um menino, nasceram no domingo e, após dois dias, morreram — ela, de hemorragia pulmonar e ele, horas depois, de aneurisma cerebral.
Com dificuldades financeiras, a família buscou auxílio da Defensoria para fazer o sepultamento, que só pode acontecer ontem. Quando foram buscar os corpos, só havia o do menino.
— O zelador e o maqueiro falaram com a gente que o corpo não tinha sido encontrado. Ninguém explicou ou deu mais informações. Voltamos lá, mais tarde, e a assistente social confirmou o desaparecimento.
O pai fez o registro de ocorrência na 36ª DP (Santa Cruz). Segundo a Polícia Civil, a família está sendo ouvida e o hospital está ajudando nas buscas. A Secretaria municipal de Saúde informou que a direção do hospital está apurando o ocorrido.