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Venezuela

Generais exilados querem o povo nas ruas para derrubar Maduro

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

O clima de fim de festa parece tomar conta das principais cidades da Venezuela. A população é bombardeada diariamente com informações que chegam de outros países, onde militares exilados (entre os quais muitos generais) pedem que o povo ocupe as ruas para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.

As mensagens sugerem que as forças armadas estão prontas para se voltar contra o presidente e pedem apoio da sociedade civil.. Os oficiais querem que o presidente da Assembléia Nacional, Juan Guaido, seja empossado como presidente e comandante-chefe do país.

Alguns oficiais militares venezuelanos estão se tornando cada vez mais compelidos a se voltar contra Maduro, afirmam oficiais do exército exilado.

Muitos desses militares estão no Brasil, Colômbia, Peru, Estados Unidos e Espanha. As informações são de que quem continua na Venezuela está desiludido com Maduro, mas ninguém quer liderar uma insurreição total. Os oficiais da oposição também alegam que as forças armadas não estão dispostas a reprimir protestos em massa. Ou seja, se o povo for às ruas, não haverá repressão..

“Estamos no melhor momento para algo como o que aconteceu em 2002”, disse o general Herbert Garcia Plaza, que agora vive em Washington. Ele se referia a um golpe militar que levou à breve derrubada do presidente Hugo Chávez. Logo depois, não só ele, como oiutros militares, foram expurgados das forças armadas e obrigados a deixar o país.

“As forças armadas de hoje não têm a capacidade ou o desejo de ir contra a população em um protesto maciço”, diz ele.

Já o general Antonio Rivero, outro oficial exilado que vive em Miami, também alega que o exército venezuelano ficou “desapontado” com Maduro, e afirmou que gostaria que Juan Guaido, assumisse o papel de comandante-chefe. Segundo Rivero, Guaido deveria ter sido empossado como líder do país em 10 de janeiro.

Seus comentários vêm como o que parece ser parte de um esforço de golpe coordenado maior, com material provocativo começando a se espalhar pelas mídias sociais. Há vídeos, nos quais pessoas em uniformes militares que afirmam representar uma parte importante das forças armadas, e incitam os venezuelanos a tomar as ruas em um grande protesto programado para quarta-feira, dia 23.

“Tenha certeza de que você pode exercer plenamente seus direitos constitucionais e sair às ruas para protestar pacificamente em 23 de janeiro. As forças armadas são constitucionalmente mandadas para garantir a segurança de todos os venezuelanos”, disse o grupo em um comunicado lido pelo tenente dissidente Josue. Hidalgo Azuaje.

O grupo dissidente pediu às Forças Armadas Nativas Bolivarianas que parassem de apoiar o presidente Maduro e abandonassem a cadeia de comando, que eles afirmam estar “sendo usada e abusada” pelo governo.

Mas essas provocações vindas do exterior contrastam com as declarações que foram emitidas por autoridades de Caracas. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino Lopez, declarou na semana passada que estaria pronto para dar sua vida em defesa do governo de Maduro.

Em 10 de janeiro, Nicolas Maduro foi empossado para seu segundo mandato presidencial, que durará até 2025. O secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo criticou a posse, dizendo que “o regime de Maduro é ilegítimo” e acrescentando que os Estados Unidos vão persistir em seus esforços, usando seu poder econômico e diplomático para “restaurar uma democracia real àquele país”.

Em 2017, enquanto ainda era diretor da CIA, Pompeo admitiu abertamente que os EUA estavam trabalhando para mudar o governo eleito da Venezuela e colaborando com a Colômbia e o México para fazê-lo. A CIA havia sido acusada repetidamente de bancar e organizar o golpe de 2002, logo abortado pelo então presidente Hugo Chávez.

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