Após a eleição distrital, quando dois terços da Câmara Legislativa do Distrito Federal foram renovados, os calouros de primeiro mandato poderão surpreender velhos e experientes deputados reeleitos. Além da juventude, dois novos parlamentares têm em comum a ideia de engordar um bloco independente para oxigenar a política local. Não é pouca coisa.
Eduardo Pedrosa (PTC) e Daniel Donizet (PRP) promoveram um encontro suprapartidário para afinar suas posições legislativas e juntos consolidarem uma frente antes mesmo da posse. Foi na segunda-feira, 15, na residência de Eduardo, no Lago Sul.
Mantendo suas independências, os dois sabem que o cargo exige entendimentos e não há como ficar isolado na cadeira de distrital. Com a renovação que trouxe representantes de 18 partidos, dos quais 6 elegeram dois deputados cada um – PRB, Pros, PDT, PT, PSB e Avante – é impossível ser atuante sozinho.
Com essa diluição partidária, os jovens eleitos sabem que precisam de união para enfrentar antigos e experientes caciques. E são aplicados. Já iniciaram o estudo da função, do Regimento Interno, das demandas existentes e preparam suas propostas com antecedência.
No mínimo será uma provocação aos antigos deputados reeleitos, mais acomodados, que vão ter que agir.
Esse movimento, apelidado de Frente Z, uma referência à última geração nascida a partir dos anos 2000, totalmente familiarizada com a web, sempre conectada e que utilizou esse meio de comunicação para chegar com sucesso aos eleitores, promete revigorar a Câmara Legislativa. Eduardo e Donizet garantem que serão rigorosos nos critérios para confirmar outros nomes no bloco, já em negociação.
Os mais antigos poderão olhar para os novatos com certa desconfiança, mas eles prometem boas surpresas no exercício do mandato. Com tantas agremiações partidárias reunidas nas 24 cadeiras da CLDF, de diferentes correntes, só a negociação poderá viabilizar o desempenho do cargo.
Ao próximo governador caberá um exaustivo trabalho. Além dos 18 partidos, ainda terá o peso de diversos outros que formaram com eles as coligações e que contribuíram para que atingissem o coeficiente eleitoral.
A Frente Z também já está com a lupa sobre as futuras fusões dos partidos que não ultrapassaram a cláusula de barreira. Eles deverão se unir, uns aos outros, ou serão transformados em meras ONGs.
O efeito da ação prontamente iniciada pelos novos eleitos por pequenos partidos, já deixa indícios de que eles não vieram para brincar. É o vigor da juventude aplicada que poderá produzir resultados práticos de uma verdadeira renovação nos quadros. E promete sacudir a mesmice da Câmara Legislativa do Distrito Federal a partir de 2019. Pelo que se observa, energia não falta aos estreantes.