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Gestão de Michel Temer vai confrontar as gerações dos bons e dos maus

Hermano Leitão

Nos próximos dois anos, a brisa liberal soprará o clima de virada de página que delineia o papel de Estado que os brasileiros exigem, porque o fracasso do governo Dilma expôs o anacronismo da esquerda populista financiada por propina sugada da máquina burocrática estatal. Ascende, pois, no Brasil, a voz das ruas na expressão de uma geração reformadora em paradoxo com o perfil retro do governo de Michel Temer.

Contra o vento, resistirão os que gritam, por exemplo, pelo fim da polícia militar e pela insistência do gigantismo do Estado provedor e assistencialista. Em redução analítica desse quadro de guinada, vencerão os que investirem na lógica, na tendência histórica mundial.

Perderão os que ainda chamam impeachment de golpe ou que apelam para chincanas em embate de causa na ordem democrática. A era da “democracia de eficiência”, na realidade, independe de ser Michel Temer ou outro mandatário no Executivo, porque há uma força em curso impulsionada pela exigência do atendimento de serviços públicos sem o custo da ineficiência, da corrupção e da licitude.

Lava Jato – As operações da Lava Jato e congêneres não cessarão nesse biênio e adiante, em razão de ter se firmado um padrão de atuação da Justiça que responde ao mando das ruas.

A quase totalidade das denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal – MPF será recebida e regularmente processada na persecução criminal de todos os envolvidos.

A fila do encarceramento prosseguirá mediante algemas em Lula, Dilma, Renan, Cunha, Gleisi Hoffmann, Humberto Costa, Waldir Maranhão, Collor, Lobão, Mentor, Mercadante, Wagner, Pimentel, Vaccarezza, Pezão, Negromonte, Loubet, Côrrea e todos os envolvidos no maior escândalo de corrupção da história do Brasil por formação de cartel, organização criminosa, frustração à licitação, corrupção ativa e passiva, evasão fraudulenta de divisas, uso de documento falso e sonegação de tributos federais, dentre outros.

Queda da inflação e juros – A retomada da confiança e credibilidade na condução da política econômica sob Henrique Meireles implicará a queda da inflação e da taxa básica de juros, Selic, em reorganização da economia.

Em sincronia, a redução do tamanho do Estado por meio da privatização de atividades produtivas em todos os setores fomentará a retomada do crescimento e, por conseguinte, a recuperação da renda e do emprego. O saneamento também do setor financeiro público será encaminhado mediante equalização de juros e oferta de crédito sem privilégios setoriais.

De plano, o estancamento do endividamento público pelo corte de despesas e pela securitização de créditos aliviará o peso do déficit de 130 bilhões no atual orçamento, para ter-se a perspectiva em 2017 de se reduzir o resto a pagar de 230 bilhões para o patamar aceitável de até 20 bilhões – não haverá mais pedaladas a contabilizar.

Política externa – A reinserção do Brasil no cenário internacional como agente de crescimento global está nas diligentes mãos de José Serra. O país optará por celebração de acordos bilaterais com o pacífico sul e União Europeia, além da reafirmar a parceria com os Estados Unidos.

Recuperar o prestígio do Itamaraty será a marca de orgulho para o Brasil, porque os quadros do Ministério das Relações Exteriores foram desprezados e até desorientados pela visão ideológica do governo que se foi.

À frente, a competência dos diplomatas brasileiros se fará presente, sobretudo na política de abertura do comércio exterior em sintonia com as perspectivas globais de produção e eficiência.

Nos próximos dois anos, o Brasil afirmará no mundo sua eficiência no agronegócio industrial e assumirá o desenvolvimento econômico a partir da industrialização da produção do campo.

Educação – Em que pese ter havido um recuo na ótima solução de unir o Ministério da Educação e o da Cultura – porque se teria mais recursos à disposição das artes -, a Educação será outro ponto de virada nos próximos dois anos, em virtude de ser encaminhada uma reestruturação das prioridades no sistema educacional, a começar pela exigência de rigor técnico nas atribuições escolares.

A partir de agora a escola não será mais um laboratório de aplicação ideológica da teoria do indigente intelectual ou um curral de vulneráveis de alimentação doméstica, mas, sim, a instituição de ensino material e aferível de conteúdo educacional para desenvolvimento de capacidades na vida competitiva em sociedade.

Reformas – As reclamadas reformas da previdência, trabalhista, política, federativa e outras mais, na realidade, confirmam a exigência da sociedade para mudar, corrigir, redirecionar os rumos de como o Estado brasileiro é comandado por seus representantes no Executivo, Legislativo e Judiciário.

Assim, nos próximos dois anos, a atitude reformadora nas relações dos cidadãos com o Estado será pelo respeito à liberdade individual, à livre iniciativa, à meritocracia, à transparência e, sobretudo, ao esforço do trabalho e o resultado do mercado produtivo.

Em suma, os dois próximos anos responderão qual Brasil se deseja e qual Brasil será possível no embate de duas gerações, uma que resiste, outra que age. Uma tem cara de Chico, a outra tem cara de Moro. Uma pede para Dilma ficar, a outra pede Lula na cadeia. Dependerá dessas gerações que o modelo de Estado as conduza à servidão ou à liberdade, às luzes ou à barbárie, à prosperidade ou às misérias.

Sem ser necessário fatalismo histórico, as mudanças ocorrerão, porque o modelo anterior faliu em todo mundo.

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