O território ultramarino britânico de Gibraltar – que é reclamado pela Espanha – liberou na madrugada desta sexta, 16 (horário local), o superpetroleiro iraniano Grace 1, detido no mês passado. Horas antes, Washington, que está em rota de colisão do Teerã, apresentou um recurso para que lhe fosse entregue a custódia do navio.
A decisão do chefe do Supremo Tribunal de Gibraltar, Anthony Dudley, de negar uma petição dos EUA para assumir a detenção da embarcação mostra que outros países estão tomando o lado do Irã nessa guerra de palavras com os Estados Unidos.
O navio-tanque havia sido detido no território mediterrâneo desde o início de julho, em meio a alegações de que estava contrabandeando petróleo iraniano do Irã para uma refinaria na Síria. Como represália, as autoridades iranianas apreenderam um cargueiro de bandeira da Inglaterra no estreito de Ormuz.
“Não sei ao certo o que vai acontecer – não sabemos até que (o petroleiro) levante âncora e tenha chegado ao seu destino final e tenha permissão para fazer o que deveria fazer em primeiro lugar”, disse uma autoridade local, sem especificar maiores detalhes.
“Isso pode demorar alguns dias. Mas é uma boa notícia, porque a pirataria no mundo de hoje é muito perigosa, especialmente com as guerras comerciais e os conflitos que os EUA estão buscando em várias frentes. Não sei o quanto isso será importante no contexto da União Europeia e da Grã-Bretanha em relação aos EUA. É um evento importante, mas qual é o grau dessa importância, não posso mensurar”, acrescentou a fonte, pedindo anonimato.