Gil vê axé em crise. Ou muda, ou o frevo toma todo espaço
O axé está em crise, disse no Recife, após brincar no Galo da Madrugada e depois se apresentar no Marco Zero, o cantor Gilberto Gil.
“Está tudo em crise, a civilização ocidental está toda em crise, a economia mundial está em crise. A crise é oportunidade, como dizem os chineses. Na Bahia, por exemplo, com relação ao carnaval, a própria sociedade, como os poderes públicos, estão atentos a isso, à necessidade de reciclar, de reformar os modelos de negócios, de apoiar mais fortemente a iniciativa e criatividade dos pequenos. A crise é muito boa”, explicou Gil em conversa com jornalistas antes de subir ao palco.
O cantor falou também sobre a experiência de poder tocar no Galo da Madrugada e fez questão de destacar que tem um carinho especial pelo estado. “Pernambuco é um dos meus amores, uma das terras adoráveis e amorosas para mim. Tenho uma paixão por Pernambuco. O carnaval daqui tem tudo a ver com o que tem no carnaval da Bahia, tem trio elétrico, instrumentos de sopro, um repertório muito eclético”, afirmou.
O frevo, tão presente no carnaval pernambucano e homenageado neste ano pela folia recifense, é uma das coisas que aproximam Pernambuco e Bahia, lembra Gil. “O frevo que colocou o trio elétrico na Bahia, é o frevo que ainda hoje estimula as manifestações em São Paulo, no Rio, até hoje”, disse.
E completou: “O frevo é a marcha de carnaval mais acelerada, com a percussão mais acelerada, é o tempo do coração acelerado. É a contribuição pernambucana que se esparramou por todo o Brasil”.
