Apesar de trabalharem em delegacias diferentes, Ricky Ricardo, Márcio Pernambuco e Luciano Baiano passaram a compor a equipe de investigação formada por Mariane, Pedro e Gustavo. Isso foi possível porque Hudson entrou em contato com o delegado Ruperez, que liberou seus três agentes para que pudessem ajudar na solução do caso que já causava pânico aos moradores de Brasília.
Reunidos na sala do delegado Hudson, os seis agentes confabulavam sobre os crimes. Ricky, mais experiente, prestava atenção a todos os comentários dos seus colegas. Será que as vítimas estavam vivas? Era possível, pensou o policial, mas pensava ser pouco provável. Seria um assassino em série? Era provável, imaginou.
— Ricky, será que encontraremos novos pés?
— Mariane, estava pensando justamente nisso. É quase certo que sim.
— O autor desses crimes está brincando com a polícia, Ricky?
— Pedro, ele está se vangloriando dos feitos. E, ao mesmo, tempo, está nos enviando uma mensagem.
— Mensagem? Como assim? – Hudson perguntou.
— Doutor, ainda não consegui decifrar essa mensagem, mas estou certo de que o autor está querendo dizer algo com esses crimes. É questão de tempo descobrirmos o que é. Ele tem um modus operandi, que parece cumprir, pelo menos até o momento, fielmente.
O delegado chamou a Sissi, funcionária da empresa terceirizada, e pediu mais café. Não demorou, a mulher entrou com uma garrafa térmica. Os policiais agradeceram e, em seguida, cada um se serviu. E, enquanto bebiam, o telefone tocou. O delegado Hudson atendeu. A conversa durou pouco mais de dois minutos.
— Aconteceu novamente, Doutor?
— Sim, Ricky. Na 306 Norte.
Todos rumaram para o local, uma lixeira próxima ao comércio. Um gari, ao fazer seu trabalho diário, sentiu um cheiro de carne apodrecida em um saco plástico. Imaginou ser um cachorro ou gato morto. Quase caiu para trás quando descobriu que se tratava de um pé humano. Um pé esquerdo.
O local foi isolado para que a perícia pudesse trabalhar. Enquanto isso, os agentes buscavam informações com Roberto de Sousa Santos, o gari que havia encontrado o pé amputado. Não conseguiram nada que pudesse levar ao criminoso, bem como não encontraram câmeras próximas ao local.
Hudson, cada vez mais pressionado pelo governador, precisava apresentar o autor daqueles crimes. A população do Distrito Federal, cada vez mais apavorada, começava a perder as esperanças na polícia civil. O delegado não teve outro jeito a não ser repassar a cobrança para seus agentes. Enquanto isso, Brasília iria passar mais uma noite tomada pelo fantasma do assassino do pé esquerdo.
O Capítulo final (VI) deste folhetim será publicado na quinta-feira, 25.