Marta Nobre
Não são apenas ministros de Michel Temer e os presidentes da Câmara (Rodrigo Maia, DEM) e do Senado Eunício Oliveira (PMDB), que aparecem na lista que o procurador-geral da República Rodrigo Janot encaminhou ao Supremo Tribunal Federal. Há ao menos 10 governadores na relação.
Essa informação foi vazada por ‘fontes fidedignas’ do Superior Tribunal de Justiça, e revelada nesta quarta, 15, na página da Folha de S.Paulo na internet. Cabe ao STJ julgar governadores, por seu foro diferenciado. Mas mesmo para isso, aquela Corte precisa tomar posse da documentação, que ainda não foi liberada pelo ministro Edson Fachin, do STF.
Já se sabe que na Lista de Janot, como está sendo chamado o processo-bomba contra políticos envolvidos na Lava Jato, constam os nomes dos ministros Eliseu Padilha (PMDB, Casa Civil), Moreira Franco (PMDB, Secretaria-Geral da Presidência), Bruno Araújo (PSDB, Cidades), Gilberto Kassab (PSD, Ciência e Tecnologia e Comunicações) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB, Relações Exteriores).
Oficialmente os nomes das pessoas atingidas pelos pedidos da Procuradoria permanecem sob sigilo. Entretanto, alguns vazamentos têm sido pinçados aqui e ali. A própria Procuradoria-Geral da República, preocupada com a repercussão das ações junto à sociedade, pediu ao Supremo o fim do segredo dos documentos. – É preciso (considerar) a necessidade de promover transparência e garantir o interesse público”, diz nota assinada por Janot.
As investigações são relacionadas aos depoimentos de 77 delator ligados à empreiteira. Há, no entanto, mais um delator da Odebrecht, cujo acordo foi homologado pelo tribunal. São executivos e ex-executivos, incluindo Emílio e Marcelo Odebrecht, que trataram, em acordo com a Justiça, sobre pagamento de propina e entrega de dinheiro por meio de caixa dois com o objetivo de reduzir as penas nos processos da Lava-Jato.