O governo do estado prometeu pagar nesta quinta-feira (14) o salário de março de funcionários públicos de serviços essenciais, como profissionais de saúde, educação e segurança. Entretanto, não são todos os servidores ativos e inativos que receberão. Os 137 mil aposentados e pensionistas que ganham mais de R$ 2 mil, por exemplo, só devem receber até o dia 12 de maio. O estado afirma que o governador, o vice e os secretários também vão receber apenas neste prazo. Mas isso não diminuiu a revolta dos aposentados com o governo.
O professor aposentado Nilton Gomes, que trabalhou 32 anos na Faetec, participou ao vivo do Bom Dia Rio desta quarta-feira (13). Ele conta que, como já previa que isso poderia acontecer, guardou um pouco da parcela do 13º salário que já foi paga para poder continuar pagando as contas.
“Acho que esse dinheiro vai durar uns 15 dias. A sensação que dá (diante do atraso no pagamento) é de impotência, de revolta. É uma situação discriminatória. A pergunta é: por que recaiu em cima dos aposentados e pensionistas? Por que o governo fez essa discriminação com essa parte da categoria do funcionalismo público? ”, indaga.
Para Gomes, a melhor opção seria talvez dividir o ônus com todos os servidores. Ou seja, que todo o funcionalismo recebesse metade do salário.
“Houve uma insensibilidade muito grande como uma categoria que não pode fazer greve. Não sabemos o que vai acontecer no outro mês. Se não houve dinheiro necessário para este mês, como vai ser o outro”, lamentou o aposentado.
Valores
Segundo o governo do Estado, ao todo 111.112 inativos e pensionistas que ganham até R$ 2 mil receberão seus benefícios integralmente dia 14. O desembolso total do Estado para o pagamento dos 328.202 servidores que receberão na quinta-feira será de R$ 819 milhões.
Com a crise de arrecadação nas finanças do Rio — sobretudo por causa da queda do preço do petróleo e da crise da Petrobras — o estado está devendo até o 13º salário de seu funcionalismo público. O governo promete que na próxima segunda (18), o estado quitará o 13° salário, com o valor corrigido de 1,93% – índice superior à inflação mensal. O valor total a ser depositado é de R$ 130 milhões.
Na última quinta-feira (7), o Estado pagou os 13.139 funcionários que recebem até o quinto dia útil do mês — como os funcionários do judiciário — com gastos de R$ 72,7 milhões.