O governo da presidente Dilma Rousseff está estudando um aumento de imposto sobre os detentores dos maiores salários do Brasil entre as diversas opções para elevar as receitas e reduzir o déficit cada vez maior do orçamento, segundo um funcionário de sua equipe econômica que participa das discussões.
Segundo a proposta, o governo criaria uma nova alíquota fiscal com uma taxa de 32 a 35 por cento para aqueles que possuem os salários mais elevados, disse o funcionário, que pediu anonimato porque as discussões não são públicas. A taxa tributária do salário mais elevado é, atualmente, de 27,5 por cento para aqueles que recebem mais de R$ 4.665 (US$ 1.222) por mês.
O governo está considerando também aumentar os impostos sobre combustíveis de automóveis, bebidas e cigarros, disse o funcionário.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse a repórteres em Paris, na terça-feira, que o governo não havia descartado o aumento do imposto de renda, sem dar detalhes. Sua assessoria de imprensa não respondeu imediatamente a um pedido por mais detalhes, enviado por e-mail.
Durante o fim de semana, Levy prometeu continuar buscando a disciplina fiscal em um momento em que a maior economia da América Latina enfrenta a ameaça de rebaixamento do crédito soberano para o status de grau especulativo. A recessão do Brasil colocou pressão sobre os esforços de coleta de impostos e o Congresso, rebelde, se opôs a Dilma ao aprovar novos projetos de leis prevendo gastos neste ano.
Como resultado, o governo estima que registrará um déficit orçamentário no ano que vem, excluindo pagamentos de juros, de R$ 30,5 bilhões, ou cerca de 0,5 por cento do produto interno bruto. A projeção provocou uma corrida para venda do real na semana passada, que caiu, atingindo o nível mais baixo dos últimos 12 anos. A moeda se recuperou parcialmente na terça-feira, primeiro dia de negociação após o Dia da Independência do Brasil, comemorado na segunda-feira.
Dilma disse, em seu discurso anual para celebrar o feriado do dia Sete de Setembro, na segunda-feira, que o Brasil terá que avaliar os gastos do governo em meio ao esforço para reduzir a inflação para dentro da faixa-meta.