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Governo lança na rodoviária campanha contra tráfico de pessoas

A Semana Nacional de Mobilização para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas começou nesta segunda (27) com ações de conscientização e prevenção em diversos estados. A mobilização chama a atenção para o crime que, globalmente, atinge principalmente mulheres e tem como maior finalidade a exploração sexual, de acordo com dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).

No Distrito Federal, a semana de mobilização foi aberta com a participação de autoridades e distribuição de panfletos informativos, na Rodoviária do Plano Piloto, sobre como prevenir o tráfico de pessoas. A opção por fazer o evento em um local com grande circulação de pessoas foi chamar a atenção da população e conscientizar sobre os riscos do tráfico humano. “A melhor forma de prevenção é a conscientização, por isso é preciso disseminar informações sobre esse problema”, disse o secretário de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, João Carlos Souto.

Dados do Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, da Unodc, mostra que em 2011 as mulheres eram 49% das vítimas desse crime. As meninas representavam 21%, os homens 18% e os meninos 12%. A principal forma de exploração detectada no tráfico de pessoas foi a exploração sexual (53%), seguida de trabalho forçado (40%). Entre as formas de exploração relacionadas ao tráfico de pessoas, registradas em todo o mundo, estão também o tráfico de órgãos e a adoção ilegal.

O Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas – publicado pela Secretaria Nacional de Justiça em parceria com a Unodc, com dados de 2005 a 2011 – aponta que no período foram identificados 337 brasileiros vítimas de tráfico para fins de exploração sexual e 135 para fins de trabalho escravo em 18 diferentes países.

A diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos, irmã Rosita Milesi, alerta que, geralmente, as vítimas são atraídas por propostas convincentes, que não despertam desconfiança, como convites para trabalho. Ela relata que são comuns convites para meninas seguirem carreira de modelo e ofertas de emprego com boas perspectivas. “Normalmente, a vítima é enganada com promessas que parecem ter cabimento. Antes de aceitar promessas, de concordar com uma proposta, é preciso investigar mais profundamente do que se trata”, diz ela.

Algumas das dicas de prevenção contra o tráfico de pessoas, do panfleto distribuído no Distrito Federal, são: preferir ofertas de emprego de instituições formalmente reconhecidas; procurar conhecer as condições de trabalho oferecidas quando receber uma proposta; e não entregar a ninguém documentos pessoais.

Yara Aquino, ABr

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