Sedex Zero
Governo Lula3 começa a sucatear para colocar os Correios à venda
Publicado
emUma encomenda postada no Sedex, em Brasília, no dia 6 de janeiro, e que foi entregue ao destinatário somente na terça-feira, dia 14, no Cabo de Santo Agostinho, a meia hora do Recife, cinco dias depois da previsão dada pelos Correios por ocasião da postagem, revela o estado de degradação em que se encontra a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Nota-se um sucateamento parece fazer parte de um projeto do presidente da empresa Fabiano Santos para privatizar a ECT.
Não se encontra explicação para tamanho disparate, a não ser os pedidos de desculpas dos Correios por não zelar por suas obrigações, apesar dos valores elevados que cobra para o envio de uma encomenda via Sedex. No caso em questão, para enviar a encomenda de 500 gramas de Brasília para o Recife, de onde seria encaminhada para o Cabo de Santo Agostinho, foi cobrada uma tarifa de R$ 83,30 valor próximo cobrado por lojas de departamento para entrega de eletrodomésticos.
Estatal vinculada ao Ministério das Comunicações, os Correios são uma empresa lucrativa e que tem grandes oportunidades de crescimento com o uso da tecnologia. Servidores da estatal afirmam que ela foi extremamente prejudicada nos últimos anos pela falta de investimentos. Mas os lucros também podem vir da prestação de serviços pela metade, embora cobre a tarifa cheia. No caso em pauta, por exemplo, o Sedex não entrega no domicílio do destinatário, obrigando-o a retirar sua encomenda em uma agência dos Correios.
Ao rastrear sua encomenda, o destinatário foi informado pelo site dos Correios que ela chegaria no dia 9 de janeiro, o que o levou a fazer uma ida em vão à agência no centro do Cabo de Santo Agostinho, uma vez que não são entregues correspondências destinadas aos bairros litorâneos do município, como é o caso de Itapuama. A encomenda não havia chegado, o que ocorreria no dia seguinte, mas a burocracia dos Correios a reteve por mais quatro dias, para finalmente liberar sua entrega ao destinatário no dia 14.
No endereço do destinatário chegam normalmente, no prazo de até 48 horas, compras feitas em sites. Procedentes de São Paulo ou até mesmo da China, as mercadorias são entregues em prazos de dar inveja ao Sedex. Uma compra feita em São Paulo, numa sexta-feira, foi entregue ao destinatário ao amanhecer do domingo seguinte. Há muitos exemplos de varejistas que entregam suas mercadorias em prazos de 24 ou 48 casos, não sendo raro a entrega no mesmo dia da compra, uma promessa que está no site do Sedex, mas que não passa de uma miragem.
O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a incluir os Correios no programa de empresas a serem privatizadas, mas não teve tempo para praticar mais esse crime de lesa-pátria. Logo que assumiu o seu terceiro governo, o presidente Lula tomou a providência de retirar os Correios do programa de privatização, mas parece que não está acompanhando o processo de sucateamento da empresa, que fatalmente, como ocorreu a tantas outras, acabará atingindo o objetivo de privatizá-la.
Os empregados dos Correios, que têm sido agraciados pela atual diretoria com planos de reparação salarial e recebimento de antigas vantagens que lhes foram retiradas, deveriam despertar para a situação atual da empresa antes que seja anunciado o leilão para a sua privatização. Se são poucos, poderiam cobrar da direção a contratação imediata dos aprovados no último concurso, cujo resultado, prometido para este dia 15 de janeiro, ainda não tem data nem horário para a sua divulgação.