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Governo promove campanha junto a doador para cobrir estoques baixos de sangue

Paula Laboissière

Dados do Ministério da Saúde indicam que, atualmente, 1,8% da população brasileira doa sangue. Embora o percentual fique dentro dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, uma campanha lançada nesta quinta (26) pela pasta reforça a importância de manter as doações durante o período de férias e festas de fim de ano.

Em entrevista, o coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados, João Paulo Baccara, lembrou que, neste período, as doações tendem a cair em razão das festividades e das viagens de lazer. Ele ressaltou que, por outro lado, é justamente nesta época do ano que aumenta o número de acidentes de carro e de pacientes com politraumatismo, sobrecarregando assim os hemocentros.

“Quero pedir a quem nunca doou que venha doar, venha conhecer o processo pra ver que não há nenhum problema”, disse. “Nas festas de final de ano e nas férias, se todos contribuírem com a sua doação voluntária e altruísta, os estoques serão mantidos e todos poderão gozar desse período que todos nós merecemos, sabendo que o abastecimento [de sangue] está garantido”, disse Baccara.

O coordenador destacou que uma única doação de sangue pode salvar até quatro vidas, já que o sangue coletado é fracionado em até quatro produtos distintos e utilizados, por exemplo, no tratamento de pessoas com anemia, de pacientes com câncer, de transplantados e de vítimas de acidentes de trânsito.

“A grande preocupação do ministério é sensibilizar novos doadores e agradecer aos que já doaram, no sentido de mobilizá-los para que sejam fidelizados no ato da doação”, explicou. “O brasileiro é extremamente solidário, responde muito intensamente a essas campanhas quando são solicitados”, elogiou ele.

Dados da pasta mostram que, entre 2013 e 2014, houve aumento de 5% nas coletas de bolsa de sangue no país, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões. Já as transfusões de sangue aumentaram 6,9%. Em 2013, foram realizados 3 milhões de procedimentos e, em 2015, 3,3 milhões.

A região com maior taxa de doação de sangue é o Centro-Oeste, com 28,24 doadores para cada mil habitantes, seguida das regiões Sul (24,20/mil habitantes); Sudeste (17,22/mil habitantes); Nordeste (16,10/mil habitantes) e Norte (14/ mil habitantes).

O perfil dos doadores, segundo o ministério, se mantém estável ao longo dos últimos anos. Em 2014, 61% eram do sexo masculino e 39% do sexo feminino. O maior percentual de doadores está na faixa etária a partir dos 29 anos, que responde por 59% do total, enquanto jovens de 18 a 29 anos representam 41%.

Qualquer pessoa saudável com idade entre 18 e 60 anos pode doar sangue. No caso de menores, é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos.

Além disso, é preciso pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação, não estar de jejum e, no caso de fumantes, evitar o cigarro duas horas antes da doação. É imprescindível levar documento de identidade com foto. A doação é 100% voluntária e beneficia qualquer pessoa independente de parentesco.

Agência Brasil

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