A economia brasileira deverá encolher 3,8% neste ano e a inflação deve ficar em 7%, de acordo com as estimativas do novo governo, apresentadas nesta sexta-feira (20) no Relatório de Receitas e Despesas. Logo depois, em entrevista, os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Romero Jucá (Planejamento) anunciaram um rombo de 170 bilhões 500 milhões nas contas públicas.
O PIB não para de cair, já que a previsão anterior, feita em fevereiro pela equipe da presidente afastada Dilma Rousseff, estimava queda de 3,05% e inflação de 7,44%. O governo também está prevendo dólar a R$ 3,7 em média neste ano, em comparação com previsão anterior de R$ 4,18.
Em março, o governo Dilma havia enviado ao Congresso projeto que estimava o rombo em R$ 96,65 bilhões. Com o processo de impeachment em curso, no entanto, o pedido de Dilma ficou parado no Congresso.
Segundo Meirelles, a nova meta “é absolutamente transparente e realista” e “não se pretende” revisá-la até o final do ano. O cálculo não inclui medidas que ainda estão sendo estudadas ou que precisam ser aprovadas pelo Congresso, e leva em conta a queda na receita e o pagamento de diversas dívidas e pagamentos atrasados, além da renegociação de dívidas de Estados com a União, disse.
A nova meta “se trata de uma constatação da realidade”, segundo Romero Jucá. “A primeira forma de resolver o problema é reconhecer o problema. Rombo fiscal não é resultado de uma política para o futuro”, afirmou.