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Governo sofre pressão, desiste de mudar o Pix e baixa renda comemora

O barulho do café sendo coado era o único som que preenchia o meio da tarde desta quarta-feira, 15, a pequena cozinha de azulejos brancos. Joana, uma microempreendedora que vende doces artesanais pela internet e uma barraca de bolos em uma feira próxima de sua casa, verificava as mensagens no celular enquanto terminava de embalar as encomendas do dia. Seu trabalho começava cedo, e cada minuto era precioso.

Nos últimos dias, porém, uma preocupação nova havia tomado conta de sua rotina. O governo anunciara a possibilidade de cobrar uma suposta taxa sobre o uso do Pix, o sistema de transferências que revolucionara a vida de muitos brasileiros. Para Joana, que fazia dezenas de transações por semana, essa mudança representava mais do que um simples custo adicional: era uma barreira para o crescimento do seu pequeno negócio.

Ela lembrava-se de como tudo mudara com o Pix. Antes, depender de boletos e transferências bancárias demoradas afastava clientes e gerava complicações. Mas com o Pix, tudo ficara mais rápido e eficiente. Cada venda concretizada pelo sistema era uma vitória contra a burocracia e as limitações financeiras.

Na televisão, o plantão do telejornal trouxe uma boa notícia: após pressão popular e críticas de especialistas, o governo havia recuado da ideia de implementar as mudanças. Joana parou o que fazia e sorriu. Era um alívio que não vinha apenas pelo dinheiro economizado, mas também pela manutenção de um sistema que representava autonomia e praticidade.

“Isso é uma vitória nossa”, pensou. Ela sabia que muitas vozes como a dela haviam se levantado nas redes sociais e nos grupos de empreendedores. O Pix não era apenas uma ferramenta; era um aliado invisível que ajudava a transformar esforços individuais em resultados concretos.

Com o coração mais leve, Joana voltou ao trabalho. Havia ainda muito o que fazer: pedidos a entregar, novas receitas a experimentar e sonhos a realizar. E, enquanto o aroma doce de bolo de cenoura invadia o ar, ela agradecia por poder continuar empreendendo sem mais um obstáculo a superar.

Fake news ou não, como disseminado sobre mais uma taxação financeira, não interessava para ela. O importante é que a mudança deixou de existir.

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Dora Andrade é Editora de Business de Notibras

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