Nair Assad, Edição
O Palácio do Buriti não está nem aí para a greve dos professores. Nos corredores que cercam o gabinete do governador Rodrigo Rollemberg, a ideia que se tem é a de que Brasília está tomada ppor baderneiros.
Ao menos é a essa conclusão a que se chega, quando se ouve o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, considerar “violenta e antidemocrática” a atitude do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) de fechar as seis vias do Eixo Monumental por cerca de oito horas nesta quarta-feira (29).
“A cidade não pode parar por uma atitude intimidadora de uma categoria”, disse o representante do governo, em entrevista coletiva no início da noite.
Sampaio definiu o ato como extremo e destacou as consequências para os cidadãos que passam pelo local. “Muitas coisas podem acontecer com quem não tem nada a ver com isso, como uma pessoa enferma no meio do engarrafamento.”
Para ele, a postura não favorece nenhum sindicato que proceda dessa forma. Sampaio reforçou que o diálogo tem sido uma constante do governo para tratar das reivindicações da classe.
“Somente neste ano, recebemos o sindicato nove vezes. Não somos obrigados a agir mediante intimidação de uma categoria”, defendeu o chefe da Casa Civil.
Nesta quinta-feira (30), o governo reúne-se novamente com uma comissão dos docentes. “Eles virão para continuarmos o que temos feito sempre: demonstrar nossas capacidades, onde podemos e não podemos avançar”, adiantou Sampaio.
Ele acrescentou que o orçamento do governo está comprometido pela crise, mas que o Executivo se esforça para atender outras demandas sem impacto econômico imediato.
No início da manhã, os professores grevistas ocuparam o gramado da Praça do Buriti. Por volta das 12 horas, fecharam as seis faixas da Via N1 do Eixo Monumental, onde permaneceram até pouco antes das 19 horas.
Algumas pessoas jogaram pedras no Palácio do Buriti, e houve tentativa de invadir o prédio. A Polícia Militar conteve o grupo, que permaneceu nas seis faixas da N1.
A paralisação da categoria começou em 15 de março, sob o argumento do não pagamento de reajustes salariais. Na segunda-feira (27), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios determinou que os grevistas retornem às atividades nas escolas da rede pública, sob pena de multa de R$ 100 mil diários ao sindicato caso a decisão judicial não seja cumprida.