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Descarte sólido

Governo zera os lixões e isola as áreas públicas

Publicado

Autor/Imagem:
Gizella Rodrigues

Acabar com lixo e entulho jogados irregularmente nas ruas do Distrito Federal é um trabalho árduo para o GDF. Em algumas cidades, ações constantes para o recolhimento dos descartes já não são mais suficientes, de modo que a solução encontrada para manter áreas públicas limpas é isolar os terrenos. A ideia é tentar impedir que os locais sejam usados como lixão pelas comunidades.

No Gama, por exemplo, nem as placas avisando que é proibido jogar lixo são suficientes. Havia anos os moradores usavam três áreas ao longo da DF-290 – rodovia de acesso ao Engenho das Lajes, perto do Setor Sul – para o descarte irregular de entulho. Os lixões, porém, foram fechados nesta semana pela administração da cidade, com apoio das equipes do GDF Presente.

O trabalho começou na quarta-feira (30). Os servidores recolheram o lixo, depois cavaram uma vala e colocaram pneus para criar uma barreira e impedir que carros e caminhões acessem o local. Os pneus são semienterrados na terra para evitar o acúmulo de água das chuvas e, consequentemente, a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Em dois dias, 85 toneladas de restos de material de construção foram recolhidas. Na quinta-feira (1º), enquanto as máquinas limpavam as áreas, um homem foi flagrado despejando mais entulho no local.

“A gente já conseguiu educar a comunidade para não jogar entulho dentro da cidade, mas nos locais mais afastados ainda temos problemas”, conta a administradora do Gama, Joseane Araújo. “Constantemente limpamos essa área para o lixo não se acumular, mas decidimos fechar [a área] de vez nessa força-tarefa com o GDF Presente”, completa.

Não é a primeira vez, em 2020, que a administração regional elimina lixões no Gama. Em março, com auxílio de caminhões da Companhia de Urbanização da Nova Capital (Novacap), servidores da cidade limparam uma Área de Preservação Ambiental (APA) onde moradores da Vila Roriz costumavam jogar entulhos havia décadas. Grama e mudas de árvores foram plantadas no local, como forma de impedir o descarte irregular.

O trabalho precisou ser refeito mais de uma vez – mas pelo menos deu certo, segundo a administradora regional. “Espero que isso aconteça também nessas áreas ao longo da DF-290. Precisamos de apoio da comunidade para combater o descarte irregular de entulho”, reforça Joseane.

Moradia popular
No Varjão, um terreno público destinado à construção de moradias populares na Quadra 11 também é usado pela população para descartar restos de obra. Em uma semana o GDF Presente e a administração da cidade retiraram 250 toneladas de entulho do local.

A maior preocupação dela é com as crianças que se reúnem na rua para brincar no final do dia e, muitas vezes, escolhem o terreno cheio de lixo. “Eles brincam bem em cima do entulho e aqui tem um monte de ponta de ferro que pode machucá-los”, afirma, para alertar em seguida. “Sem falar na dengue. Está chegando a época de chuva e a água pode se acumular no meio do resto de obras.”

Cartão-postal
O Polo Central Adjacente I também ajudou a administração na limpeza geral da fonte que fica na entrada do Varjão, um cartão-postal da cidade. A bomba que faz a água circular pela fonte queimou havia mais de dois meses.

Quando esvaziaram a estrutura, funcionários da administração notaram que ela estava cheia de vazamentos, que serão consertados com verba de emenda parlamentar da cota do distrital Martins Machado. A previsão é de que a reforma seja concluída em dezembro, de modo que a fonte possa voltar a funcionar ainda neste ano.

A Administração Regional do Varjão também deu exemplo no atendimento de outra demanda da comunidade. Um poste caiu na Quadra 8 e, no mesmo dia, servidores acionaram a Companhia Energética de Brasília (CEB), que enviou equipe ao local e resolveu o problema.

“Era um poste daqueles antigos, de ferro. Ficava em um lote vazio e tinha um relógio de energia, que estava desligado. Recolhemos o poste e a CEB fez a ligação da energia diretamente com o comércio. Não precisou colocar outro poste”, explica o coordenador executivo da administração regional.

Essa demanda foi enviada por um grupo de WhatsApp de que faz parte o administrador do Varjão, Lúcio Rogério Gomes dos Santos.

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